Autonomia na história do Brasil : Como as ideias influenciam a política externa?

Abstract

O presente trabalho tem por intento uma averiguação da forma e do grau de impacto das ideias como fatores de influência na política externa brasileira (PEB), resultado que será materializado a partir de um balanço da discussão acadêmica sobre o tema da força ideacional nas Relações Internacionais. Aplicando isso ao caso brasileiro, busca-se verificar como o conceito de autonomia se originou, se consolidou e quais as características que se mantiveram ao longo do tempo, construindo assim uma arqueologia do conceito e uma síntese deste.Assim, tem-se como hipótese que a “autonomia”, atuando como uma crença causal (Keohane e Goldstein, 1993) baseada nos princípios de “autodeterminação” e “não intervenção” (Ipek, 2015) (Cervo, 1994), age na PEB como um mapa guiando a ação internacional do país no cenário internacional a partir da associação entre a autonomia com o desenvolvimento, resultando em um binômio que se co-constrói. Outrossim, defendemos que a autonomia se firmou como traço de continuidade da PEB (Pinheiro, 2000) e continua extremamente relevante dado o contexto atual.