Como o racismo ambiental no Brasil afetou no combate à Covid-19

Abstract

A pandemia da Covid-19 acentuou a desigualdade social e ambiental. Embora se diga que o novo coronavírus (SARS-Co V-2) é um vírus democrático, que atinge ricos e pobres sem distinções, e que esta pandemia nos ensinou que estamos todos “no mesmo barco”, este trabalho busca demonstrar que a pandemia é combatida e se espalha de formas diferentes, considerando aspectos de classe e de raça. Provando que populações marginalizadas, como comunidades negras, indígenas e periféricas, foram mais gravemente afetadas pela crise sanitária e ambiental. Na visão da justiça ambiental, isso recebe o nome de racismo ambiental. O racismo ambiental é um conceito que se refere à discriminação racial no acesso a recursos naturais, como água potável, ar limpo e espaços verdes, bem como na distribuição de poluentes e outras formas de degradação ambiental em comunidades de minorias étnicas e pobres. O enfoque deste trabalho é expor como a injustiça ambiental influenciou diretamente na propagação e no combate ao vírus, já que comunidades menos favorecidas economicamente enfretam maiores dificuldades para acessar políticas públicas de saúde, saneamento e segurança ambiental. A pandemia reforçou essas questões, com altas taxas de mortalidade e infecção entre essas populações, não apenas devido a fatores biológicos, mas também por razões socioambientais, como a falta ou precariedade de saneamento básico, moradias insalubres e a proximidade com áreas de degradação ambiental. Além disso, o estudo explora como o racismo estrutural presente nas políticas públicas agrava essas desigualdades, perpetuando a exclusão e vulnerabilidade de determinados grupos. A relevância deste trabalho consiste na compreensão das cuasas e consequências que o racismo na Covid-19 traz para a população brasileira e em como isso pode ser um fator importante para se atentar e focar em políticas públicas mais justas e igualitárias no enfrentamento de uma pandemia, onde as barreiras socioeconômicas e culturais impedem o acesso aos cuidados de saúde e a adesão às medidas de prevenção em um momento de risco à saúde pública. Este trabalho teve como base a metodologia interdisciplinar, combinando revisão bibliográfica com dados estatísticos sobre os impactos da Covid-19 em diferentes regiões do Brasil, mostrando como a crise sanitária globalse entrelaça com questões de injustiça e racismo ambiental, concluindo que a superação desses problemas requer a implementação de políticas públicas inclusivas que levem em conta a interseção entre saúde, meio ambiente e justiça social, promovendo uma distribuição mais equitativa dos recursos e proteção para todas as camadas da sociedade.