Resumo: | Introdução: O transplante renal é o tratamento de escolha para pacientes com doença renal crônica em estágio terminal e a técnica aberta é a mais recomendada. A técnica laparoscópica assistida por robô tem vantagens teóricas relacionadas à diminuição da morbidade perioperatória, ainda mais considerando a imunossupressão que os pacientes são submetidos após este procedimento. As evidências atuais suportam a realização desta cirurgia por cirurgiões experientes, com comprovada redução das complicações cirúrgicas.
Na revisão pregressa da literatura, não há estudo que analise o resultado deste procedimento sendo realizado por uma equipe brasileira. Objetivos: Analisar a experiência inicial dos primeiros casos de transplante renal robótico realizados por uma equipe exclusivamente brasileira. Método: Avaliação retrospectiva de dados de prontuário de todos os pacientes submetidos ao implante renal assistido por robô. Foram analisados os dados cirúrgicos: tempo de isquemia fria, tempo de anastomoses, tempo total de procedimento, complicações
intraoperatórias e tempo de reaquecimento. Também foram analisados dados do período pós-operatório, como as complicações e dados relacionados ao tratamento da doença renal em si (creatinina pós-procedimento, necessidade de diálise e diurese pós-operatória). Resultados: 8 pacientes foram submetidos ao procedimento robótico, a maioria do sexo masculino e com IMC médio 22,7 (±3,2) kg/m². Clearence de creatinina médio de 8,78 (±4,03) ml/min/1,73m² (creatinina sérica pré-operatória média de 8,30 ±5,07mg/dl). O tempo médio do procedimento foi de 243,75 (±27,74) minutos, com tempo médio de anastomose de 30,87 (±3,83) minutos, o de isquemia fria do enxerto de 75,12 (±10,31) minutos, e o tempo de reaquecimento médio de 37,25 (± 4,68) minutos. Não houve complicações intraoperatórias. Houve queda da creatinina pós-procedimento, sendo a
média de 4,67±3,10 mg/dl no primeiro dia, de 1,57±0,70 mg/dl no 7º PO, e de 1,52 ±0,50mg/dl no 30º PO. Quatro pacientes apresentaram complicações pós-operatórias: 1 apresentou linfocele sintomática (com necessidade de drenagem percutânea), 1 apresentou estenose de ureter – corrigido com tratamento endoscópico – 1 apresentou pielonefrite no enxerto com tratamento conservador e 1 apresentou deiscência de ferida com necessidade de ressíntese de aponeurose. Nenhum paciente precisou de diálise em
1 ano de acompanhamento. Conclusão: Esta é a experiência inicial de uma equipe brasileira na execução do
transplante renal assistido por robô, mostrando a factibilidade e segurança do procedimento, com ausência de complicações intraoperatórias e bom desfecho funcional pós-transplante. |