Tratamento farmacológico de psicodermatoses : uma revisão sistemática das evidências em ensaios clínicos

Abstract

Introdução: A psicodermatologia, interação entre a mente e a pele, corresponde a área resultante da união das especialidades médicas Dermatologia e Psiquiatria. Compreende qualquer doença da pele que pode ser influenciada e influenciar no estado de humor e no equilíbrio mental e emocional das pessoas. Este estudo visa descrever o tratamento farmacológico específico de cada uma delas, a saber: Delírio de Parasitose, Transtorno Dismórfico Corporal, Dermatite Artefacta, Transtorno de Escoriação e Distúrbios associados ao cabelo (tricotilomania). Metodologia: Consiste em uma revisão sistemática de publicações de ensaios clínicos randomizados ou com níveis de evidência menores quando estes não foram encontrados. A busca na base de dados Pubmed forneceu 131 artigos, nos quais os critérios de exclusão foram aplicados, restando 21 artigos que foram avaliados e sumarizados com o objetivo de esclarecer o tratamento medicamentoso de cada psicodermatose. Ademais, 4 artigos que estavam dentro dos critérios de inclusão, foram incluídos manualmente. Resultados: Para Delírio de Parasitose, nenhum artigo foi encontrado pela busca, no entanto, 2 artigos, incluidos manualmente, mostraram beneficio da Pimozida. Para Transtorno Dismórfico Corporal, 6 artigos foram selecionados e exibiram que antidepressivos podem funcionar tanto nas variantes de insight bom quanto de insight ausente e, antipsicótico Pimozida como agente potencializador, não possui benefício. Quanto a Dermatite artefacta nenhum ensaio clínico foi encontrado, mesmo com níveis de evidência menores. Para Transtorno de Escoriação, 5 artigos foram selecionados e exibiram que N-acetilcisteina é segura e eficaz e Fluoxetina e Citalopram tem evidências indiretas de eficácia para alguns indivíduos. Por fim, para Tricotilomania, 12 artigos foram selecionados e mostraram que N-acetilcisteina e Olanzapina são eficazes em adultos. Conclusão: São escassas as abordagens atuais de tratamento medicamentoso para psicodermatoses, existindo poucos estudos com níveis de evidência elevados, o que torna um desafio para os médicos.