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Título: Relações Filosóficas entre as “Meditações” de René Descartes e a “Fenomenologia Transcendental” de Edmund Husserl
Autor(es): Barbedo, Carlos Eduardo Silva
Orientador(es): Cormier, Hubert Jean-François
Assunto: Descartes, René, 1596-1650
Pensamento
Data de apresentação: 20-Set-2024
Data de publicação: 14-Nov-2024
Referência: BARBEDO, Carlos Eduardo Silva. Relações Filosóficas entre as “Meditações” de René Descartes e a “Fenomenologia Transcendental” de Edmund Husserl. 2024. 63 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Filosofia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2024.
Resumo: Este trabalho apresenta o resultado de uma pesquisa acerca do problema da constituição da base sobre a qual se pode erguer, com segurança, o edifício dos conhecimentos de natureza filosófica e científica. Reporta-se, inicialmente, à obra “Meditações”, de René Descartes. Sublinha que o Filósofo Francês não somente introduz o método da dúvida hiperbólica, mas também o elege como o único meio de depuração da racionalidade e concepção do ego cogito – eu penso, eu existo – que compõe a instância superior do pensamento, a dimensão a partir da qual é possível fazer se desdobrar o saber rigorosamente estruturado. Posteriormente, o estudo faz alusão à obra “Meditações Cartesianas e Conferências de Paris”, de Edmund Husserl. Passa a retratar o momento histórico de apresentação do método da Fenomenologia Transcendental, identificando que o Pensador Alemão propõe, em um primeiro momento, que seja restabelecido o caminho desbravado por Descartes no sentido de jogar por terra todos os saberes nascidos de experiências do mundo fático, sejam eles concernentes a impressões sensíveis, lembranças ou juízos de valor. A pesquisa observa, em relação a essa abordagem preliminar, que Husserl confere singular relevância ao pensamento cartesiano, e que atribui a crise das ciências de sua época à não observância dos princípios prescritos por Descartes há cerca de três séculos. Mas diverge do Pensador Francês quanto à conclusão de que a crítica racional seja o substrato do fundamento sobre o qual se possam construir, com segurança e rigor, as reflexões filosóficas e científicas, haja vista a razão humana também ter suas raízes fincadas no mundo físico e suportadas pelas experiências dos sentidos e dos pensamentos. O estudo relata que Husserl, nesse aspecto, desenvolve uma objeção à doutrina cartesiana, sublinhando que a tese do Pensador Francês constitui uma falha, um raciocínio equivocado. O Filósofo Conferencista passa a preconizar, então, o seu método alternativo que traduz o primeiro passo rumo à Fenomenologia Transcendental. Diz que se faz importante, antes de tudo, o esforço de remoção de todos os elementos relacionados ao ser do mundo para que se torne possível, a partir desse esvaziamento, a estruturação das condições necessárias à experiência intuitiva. Preconiza que se empreenda a sublimação das impressões sensíveis, bem como a abstração dos pensamentos, para que a consciência ascenda ao eu puro do filósofo que medita. Ressalta, assim, a importância da atividade da mente que, ao conceber ou se aperceber de uma determinada coisa, o faz de modo imediato, originariamente adjetivado, conferindo lhe um significado, um sentido, sem que exista qualquer oportunidade de conjectura da racionalidade. Posteriormente, a pesquisa retrata as objeções de Thomas Reid, Filósofo que fundou a Escola Escocesa de Senso Comum, que considera que a criatividade de Descartes carece de fundamento, pois mergulha em escuridão e perplexidade. E, por fim, faz menção aos apontamentos de Desmond M. Clarke, Filósofo Irlandês que apresenta um panorama do pensamento filosófico vigente no início do século XVII, bem como do avanço introduzido por Descartes.
Abstract: This work presents the result of a research about the problem of the constitution of the basis on which the building of knowledge of a philosophical and scientific nature can be safely built. It refers, initially, to the work “Meditations”, by René Descartes. It stresses that the French Philosopher not only introduces the method of hyperbolic doubt, but also defines it as the only means of purifying rationality and conception of the ego cogito – I think, I exist – which makes up the superior instance of thought, the dimension from which it is possible to unfold rigorously structured knowledge. Subsequently, the study alludes to the book “The Paris Lectures”, by Edmund Husserl. It goes on to portray the historical moment of presentation of the Transcendental Phenomenology method, identifying that the German Thinker proposes, at first, that the path pioneered by Descartes be reestablished in the sense of throwing to the ground all knowledge born from experiences of the factual world, whether they concern sensible impressions, memories or value judgments. The research observes, in relation to this preliminary approach, that Husserl gives singular relevance to the Cartesian thought, and that he attributes the crises of the sciences of his time to the non-observance of the principles prescribed by Descartes about three centuries ago. But he diverges from the French Thinker regarding the conclusion that rational criticism is the substratum of the foundation on which philosophical and scientific reflections can be built, safely and rigorously, given that human reason also has its roots in the physical world and they are supported by the experiences of the senses and thoughts. The study reports that Husserl, in this regard, develops an objection to the Cartesian doctrine, underlining that the thesis of the French Thinker constitutes a flaw, a mistaken reasoning. The Lecturer Philosopher starts to advocate, then, his alternative method, the one which translates the first step towards Transcendental Phenomenology. He says that it is important, above all, the effort to remove all elements related to the being of the world so that it becomes possible, from this emptying, to structure the necessary conditions for intuitive experience. He advocates undertaking the sublimation of sensitive impressions, as well as the abstraction of thoughts, so that consciousness ascends to the pure self of the philosopher who meditates. He emphasizes, therefore, the importance of the activity of the mind that, when conceiving or realizing a certain thing, does it in an immediate and originally adjectival way, giving it a meaning, a sense, without any opportunity for a conjecture of the rationality. Subsequently, the research portrays the objections of Thomas Reid, founding philosopher of the Scottish School of Common Sense, who considers that Descartes' creativity lacks foundation, as it plunges into darkness and perplexity. And, finally, it mentions the notes of Desmond M. Clarke, an Irish philosopher who presents an overview of the philosophical thought in force at the beginning of the 17th century, as well as the advances introduced by Descartes.
Informações adicionais: Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Filosofia, 2024.
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