A ametrina como “disruptor endócrino” : uma revisão da literatura

Abstract

A Ametrina (N2-etil-N4-isopropil-6-metiltio-1,3,5-triazina-2,4-diamina) é um herbicida eficaz no controle de ervas daninhas em diversas culturas, principalmente milho, abacaxi e cana-de-açúcar. Sua ação se dá pela inibição da fotossíntese e sua alta resistência e facilidade de aplicação a tornam um dos principais poluentes químicos ambientais. A Ametrina também é considerada um disruptor endócrino (EDC), nomenclatura dada ao tipo de substância que apresenta efeito semelhante ao de um hormônio. A presença da Ametrina no ambiente aquático e terrestre é alarmante, causando impactos negativos na biodiversidade e na saúde dos organismos. Estudos demonstram sua toxicidade para a biota aquática e não aquática, incluindo microrganismos, além de se acumular no solo e afetar a qualidade da água potável, consumida por humanos e outros animais. No homem, a ametrina pode interferir na produção de testosterona, inibindo a diferenciação sexual e levando à infertilidade. Pode causar teratogenicidade e neurotoxicidade, aumento da insulina em jejum e do índice Homa, associado à diabetes tipo II, efeitos hepatotóxicos e hepato degenerativos. Dano ao DNA dos linfócitos e dos eritrócitos também foram observados e, em casos extremos, intoxicação fatal. Apesar dos estudos existentes, ainda há lacunas no conhecimento sobre os efeitos da ametrina na saúde humana. A busca por alternativas sustentáveis ao uso de herbicidas químicos é crucial para a preservação do meio ambiente e da saúde pública.