Avaliação da ozonioterapia em pacientes com risco de osteonecrose medicamentosa dos maxilares e que realizaram exodontias

Abstract

Introdução: A ozonioterapia tem sido amplamente estudada. Em baixas doses, o ozônio possui ação bioestimuladora e, em altas doses, ação antimicrobiana. A osteonecrose medicamentosa dos maxilares (MRONJ) pode ocorrer em pacientes que utilizaram medicamentos que alteram o metabolismo ósseo (ex: antirreabsortivos e antiangiogênicos). Nesses pacientes, as exodontias devem ser planejadas pois cerca de 61% dos casos de MRONJ são desencadeados após manipulação cirúrgica. Objetivo: Este estudo avaliou a ozonioterapia, utilizada preventivamente às exodontias, em pacientes que utilizaram medicamentos relacionados ao desenvolvimento da osteonecrose dos maxilares. Metodologia: Foi realizado um estudo retrospectivo dos pacientes que utilizaram medicamentos, como antirreabsortivos ou antiangiogênicos, isto é, que apresentam o risco para o desenvolvimento da MRONJ, mas que foram submetidos à ozonioterapia previamente à extração dentária. Foi realizada tabulação e análise dos dados epidemiológicos, reparo pós-operatório e tratamento com ozônio (dose, forma de administração do ozônio, quantidade de sessões e evolução clínica). Resultados: Foram obtidos dados de 22 pacientes, sendo3 homens e 19 mulheres, com média de idade igual a 62 anos. Em sua maioria eram pacientes oncológicos, apenas 2 relataram osteoporose como doença de base. A medicação mais utilizada foi o Alendronato. O tratamento com ozônio foi realizado em baixas concentrações, em todos os pacientes avaliados, com bom reparo do alvéolo após exodontia. Nenhum dos pacientes avaliados desenvolveu MRONJ no local da exodontia durante o período da pesquisa. Discussão: O ozônio se mostrou útil quando utilizado de forma preventiva durante o preparo para exodontia, em pacientes com risco para o desenvolvimento de MRONJ.