Caracterização dos circuitos curtos de comercialização em sistemas de base agroecológica no Distrito Federal

Abstract

Os circuitos curtos de comercialização (CCC) têm ganhado notoriedade nas formas de comercialização e consumo na sociedade. Por mais que não sejam criações do período atual, os CCC podem ser entendidos como inovações sociais. A inovação na agricultura familiar pode ser estudada a partir do levantamento de estratégias de cocriação de tecnologias para produtos, processos ou formas de gestão que possibilitam avanços na produção de alimentos. Como forma de proporcionar a inovação, são identificados atores em rede para a conformação de um ecossistema que abarque todos os setores necessários, sejam eles cooperativas, grupos de consumo, organizações sociais de agricultores familiares, instituições de ensino e pesquisa e órgãos governamentais. Para analisar o ecossistema de inovação em que estão inseridas as dinâmicas da agricultura familiar, o estudo baseia-se na caracterização de circuitos curtos de comercialização de hortifruti a partir de levantamentos de dados secundários quantitativos e qualitativos, revisão de literatura e entrevistas semiestruturadas com agricultores em três territórios rurais no Distrito Federal sendo eles, Canaã em Brazlândia, Oziel Alves III em Planaltina e Chapadinha no Núcleo Rural Lago Oeste. Essas experiências territoriais apresentam iniciativas de organização e comercialização da produção inovadoras, posicionando assim a consolidação do ecossistema de inovação como um potencial para desenvolver produtos e processos como máquinas e implementos, bioinsumos e aplicativos de vendas dos produtos. A caracterização desses circuitos curtos de comercialização possibilita a visualização de soluções para os limitantes das áreas, a partir da articulação dos setores envolvidos no ecossistema de inovação, mas também a partir de soluções encontradas nas próprias comunidades ou de comunidades próximas.