Resumo: | As Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) são vistas como uma grande
problemática para a saúde pública global, sendo responsáveis por cerca de 70% dos óbitos
na população, o que equivale a 38 milhões de mortes anuais. Cerca de 28 milhões das
mortes contabilizadas por ano ocorreram em países com baixa e média renda. No Brasil
o cenário não é diferente. Em 2019 as DCNT representaram 66,2% dos óbitos registrados
no Brasil, sendo 54,7% de mortes por causas crônicas e 11,5% de mortes por causas
agudas. Estas condições costumam afetar populações mais vulneráveis, de baixa renda e
com alta exposição a riscos. As altas taxas de morbi/mortalidade e os custos relacionados
a DCNT estão associados, entre outras razões, à forma que o cuidado é estabelecido nos
serviços de saúde, às lacunas na gestão de trabalho em equipe e de comunicação efetiva.
E por pelas falhas no sistema de referência e contrarreferência. Em consequência, a
integralidade do cuidado dificilmente é alcançada, gerando impactos sanitários e
econômicos. O presente trabalho buscou descrever como se estrutura o cuidado das
Doenças Crônicas não Transmissíveis nos serviços de saúde do Distrito Federal (DF) e
qual o perfil assistencial e epidemiológico. O trabalho foi desenvolvido mediante
pesquisa descritiva e retrospectiva. Para a construção do referencial teórico foram
utilizadas as palavras chaves: Doenças Crônicas, Sistema Único de Saúde, Atenção
Primária, Atenção Básica, Níveis de Atenção e Determinantes Sociais. Os bancos de
busca foram: SCIELO, Google Acadêmico, LILACS e o site do Ministério da saúde. Para
a coleta dos dados epidemiológicos utilizou-se o sistema do Departamento de Informática
do Sistema Único de Saúde - DATASUS, que dispõe de informações que auxiliam em
análises, elaboração de programas e políticas de saúde e tomadas de decisão em
determinada situação de saúde. Os dados foram extraídos via Tabnet, eles contêm o perfil
sociodemográfico da população do DF, os serviços ofertados para o cuidado e vigilância
das DCNT, apresentando-se as características da Rede de Atenção à Saúde (RAS) voltada
apenas as essas condições, além do perfil epidemiológico da população, que evidencia um
número elevado de caso, óbitos e alto custos de internações em relação a outras doenças.
A partir desses dados se observa a necessidade de uma reestruturação dos serviços, com
foco no cuidado integral e no fortalecimento de ações de educação, prevenção, promoção
e comunicação dentro dos serviços. |