Resumo: | Atualmente, há uma crescente preocupação com o manejo inadequado de resíduos, especialmente
os resíduos sólidos urbanos (RSU). Paralelamente, existe uma busca intensificada
por soluções energéticas mais sustentáveis. Nesse contexto, o biogás surge como uma alternativa
promissora para enfrentar esses desafios, pois permite o aproveitamento dos
resíduos orgânicos, reduzindo assim o acúmulo desses materiais, ao mesmo tempo em que
oferece uma fonte renovável e viável para a geração de energia. Neste trabalho, foram
estudados alguns parâmetros que interferem diretamente na produção de biogás, são eles:
temperatura, pH, tempo de retenção, carga orgânica volumétrica, umidade, teor de sólidos
totais e teor de sólidos voláteis, além da e concentração de amônia e gás sulfídrico e
o percentual de metano e gás carbônico. Assim, este estudo teve como objetivo o acompanhamento
dos parâmetros citados para a produção de biogás utilizando um biodigestor
em batelada, tendo como matéria prima os resíduos alimentares provenientes do Restaurante
Universitário da Universidade de Brasília Campus Gama (UnB- FGA). Foi possível
estimar a quantidade de biogás produzido nos dois biodigestores de bancada de 200 e
20 litros (4,2 m3 e 0,42 m3 respectivamente). Considerando a média de 53,75 kg de resíduos
alimentares coletados, o potencial de produção de biogás é de aproximadamente 2,15
m3,com uma capacidade estimada de produzir cerca de 2,795 kWh de energia. A partir
dos resultados obtidos, constatou-se variações consideráveis de temperatura ao longo das
alimentações, em parte devido à amplitude térmica do Distrito Federal. Também foram
encontrados altos teores de umidade, sólidos totais e sólidos voláteis, o que ocasionou o
acúmulo de ácidos e, consequentemente, a acidificação do pH. Quanto ao gás produzido,
foi observada uma baixa concentração de amônia, variando de 11,03 ppmV a 133,01 ppmV
e uma baixa concentração de gás sulfídrico, variando de 4,62 ppmV a 286,09 ppmV. Com
relação ao percentual de metano e dióxido de carbono no biogás, foi constatada uma alta
qualidade do processo, com alta porcentagem média de metano na maioria das alimentações
(65-75%), o que evidencia o potencial de aproveitamento dos resíduos alimentares
do RU. |