Quarto de despejo, Carolina Maria de Jesus : literatura testemunhal e a expressão da realidade por meio da linguagem

Abstract

Este artigo analisa a obra "Quarto de Despejo" de Carolina Maria de Jesus, uma narrativa literária marcante que testemunha a dura realidade das favelas brasileiras no século XX. Publicada em 1960, a obra é notável por sua natureza testemunhal, apresentando uma linguagem única que revela cruamente a vida nas margens da sociedade. O trabalho explora a colaboração entre a autora e o jornalista Audálio Dantas, que descobriu o diário de Carolina durante uma visita à favela, resultando na publicação do livro. O artigo visa não apenas destacar a autenticidade e força testemunhal da obra, mas também examinar como Carolina Maria de Jesus utilizou a linguagem para expressar as experiências vividas nas favelas de São Paulo. Ao analisar elementos linguísticos, busca-se revelar como a obra continua a ressoar na literatura e sociedade, explorando o legado da autora e sua contribuição para a literatura testemunhal. A fundação teórica aborda a natureza do testemunho literário e sua capacidade de proporcionar uma compreensão profunda da condição humana, enquanto a seção metodológica explora a jornada de vida de Carolina, nascida na adversidade e moldada pela resiliência. O estudo pretende enriquecer a compreensão do impacto duradouro de "Quarto de Despejo" na literatura brasileira e no entendimento das experiências marginais.