Levantamento da comercialização e consumo das plantas medicinais no Distrito Federal

Abstract

A pesquisa teve como objetivo conhecer os elos da comercialização e consumo de plantas medicinais no Distrito Federal e gerar informações que possam contribuir para o fortalecimento da cadeia produtiva de fitoterápicos na região. Foi realizada uma pesquisa exploratória, qualitativa e quantitativa. Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas presenciais junto aos vendedores em feiras permanentes do Distrito federal, com o auxílio de questionário semiestruturado. As feiras permanentes estão nas seguintes cidades satélites: Brazlândia, Ceilândia, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante e Gama. Foi realizada coleta de dados junto aos consumidores com o uso de questionário semiestruturado no formato googleform. Foram entrevistados de forma presencial 24 feirantes e 177 consumidores responderam ao questionário enviado pela internet. A maior parte dos feirantes está satisfeita com a atividade porque acreditam que é algo que ajuda e contribui muito na vida e na saúde das pessoas, entendem que o negócio está em crescimento. A maioria dos comerciantes não possui treinamento nem formação na área, porém, possuem interesse, principalmente, na área de gestão e administração dos negócios. As plantas mais vendidas pelos comerciantes nas feiras do DF foram espinheira-santa e canela de velho com o objetivo de tratar dores estomacais e dores musculares, respectivamente. A maior parte dos vendedores costuma fazer indicações quando são consultados, mas a maioria comentou que grande parte dos clientes sabem o que querem consumir quando vão às bancas. Os consumidores usam mais as plantas medicinais de forma terapêutica e de lazer, na forma terapêutica utilizam mais espécies como alho, açafrão e gengibre para gripe e fortalecimento da imunidade. Na forma de lazer e terapêutico, as plantas mais consumidas foram alecrim, capim-limão e camomila, utilizadas na forma de chás. Outra forma de uso muito citada foi o uso na culinária, as plantas mais comentadas foram orégano e manjericão. Os consumidores são predominantemente mulheres que estão nos extremos de formação e renda. O conhecimento tanto dos vendedores quanto dos consumidores a respeito das plantas medicinais é em sua maioria oriundo do ambiente familiar, o que demonstra que a tradição familiar de passar esse tipo de conhecimento de geração em geração é um hábito milenar de extrema importância para a preservação dessas espécies e no descobrimento de novos medicamentos fitoterápicos.