Resumo: | O relato de Helicoverpa armigera no Brasil, até então considerada praga quarentenária ausente, ocorreu em 2013. A partir de sua ocorrência, essa espécie altamente polífaga e com relatos de resistência a vários inseticidas, passou a ser objeto de pesquisas visando seu manejo. O objetivo deste trabalho foi estimar as concentrações e tempos letais de mortalidade de diferentes estágios de H. armigera expostas à uma formulação de Bacillus thuringienses var. kurstaki. Para tal, foram testadas cinco concentrações do bioinseticida correspondentes à 0,2 L/ha, 0,6 L/ha, 1,0 L/ha, 2,0 L/ha e 3,0 L/ha, além dos controles negativo (água destilada) e positivo (UPMYL produto comercializado pela UPL, Ituverava/SP na concentração de 0,6 L/ha) sobre seis fases das lagartas: neonatas, 1º., 2º., 3º., 4º e 5º. ínstares, utilizando 32 repetições. Os dados de mortalidade foram avaliados 24, 48, 72, 96 e 120 h após o tratamento das dietas com as soluções. Os dados de mortalidade foram usados para cálculo da porcentagem média de mortalidade ± EPM e em análise de Probit a P >0,05 para estimar as faixas de concentrações e tempos letais. Tendo em vista os dados de mortalidade média, a concentração requerida para causar mortalidades aceitáveis e acima de 70% em lagartas neonatas e de 1º. ínstar foi de 200 mL/ha, enquanto que no caso das lagartas de 2º. e 3º. ínstares, essa concentração foi de 600 mL/ha. O TL50 reduziu com o aumento da concentração do produto, independente do ínstar avaliado. Em média, foram requeridos 4 a 5 dias para que o efeito tóxico agudo sobre aproximadamente 100% das lagartas neonatas, de 1º., 2º. e 3º. ínstares fossem observados, quando se utilizaram as concentrações de 200, 600 ou 1.000 mL/ha. As estimativas obtidas para as concentrações letais foram muito variáveis e apresentaram grande amplitude dos intervalos de confiança. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que as lagartas de H. armigera devem ser monitoradas frequentemente priorizando o controle das lagartas neonatas, de 1º. e 2º. ínstares, que são mais suscetíveis à ação da formulação e, dentro do prazo normalmente requerido para ação do produto, de até cinco dias após a aplicação, será obtido o efeito de toxicidade aguda, com consequente mortalidade da praga. Tendo em vista a amplitude dos intervalos de confiança obtidos, a concentração do produto que mais se aproxima daquela a ser usada nessa circunstância é a de 600 mL/ha. Entretanto, esses resultados precisam ser validados em outros ambientes e com outras populações. |