Carga econômica dos afastamentos no mercado de trabalho formal decorrentes da COVID-19 no Brasil em 2020 e 2021.

Abstract

Com o advento da pandemia por COVID-19 em todo o globo, o Brasil se encontrou em meio a problemáticas diversas em todos os contextos da sociedade. Dentre tantos outros, um fator digno de investigação foi o de afastamentos do mercado de trabalho formal em decorrência da COVID-19. Buscou-se investigar, por meio de um estudo de custo da doença, qual a carga econômica gerada por esses afastamentos nos anos de 2020 a 2021, com base na concessão de auxílio-doença aos afastados do mercado de trabalho formal por infecção de COVID-19. Foram identificados 132.939 afastamentos por COVID-19 no período de 2020-2021, sendo 96,21% referente à classificação internacional de doenças B34.2 e 3,78% à B97.2. Houve maior frequência de afastamentos na segunda onda da pandemia em relação à primeira (média mensal de 6.730 versus 4.840, respectivamente). O custo total com afastamentos foi da ordem de R$ 344 milhões ao longo dos primeiros dois anos da pandemia. A faixa etária com maior custo indireto foi a de 40 a 54 anos, representando 53,20% do custo total com os afastamentos no período analisado. Os dados demonstram que o custo gerado por esses afastamentos é significativo. É promissor o cenário de especialidade que aqui se monta para a Saúde Coletiva como campo de arcabouço teórico para exploração dessa problemática. Espera-se que esse trabalho possa servir para a busca de compreensão, não só desse aspecto da pandemia no Brasil, mas da Saúde Coletiva como o instrumento versátil que é para o estudo da saúde.