Entre cimentos e árvores : a natureza na leitura da população do Buritis II – Planaltina-DF

Abstract

O bairro do Buritis II, localizado na cidade de Planaltina-DF, surgiu na década de 80, em consequência da necessidade de moradia relacionada ao rápido crescimento populacional. Com o passar dos anos, a chegada da urbanização (asfaltos e calçadas) no bairro e a ocupação territorial desordenada, contribuíram para fazer com que as pessoas reduzissem as áreas verdes e arborizadas. Através de encontros e entrevistas com uma parte da população do bairro Buritis II, o seguinte estudo tem como objetivo descrever como essa população enxerga o local e a natureza a sua volta, relatar se essas pessoas reconhecem os benefícios e entendem a importância do contato do ser humano com a natureza, focando em mostrar o potencial de cura da natureza, os benefícios da natureza terapêutica e como a falta de arborização urbana e áreas verdes trazem consequências negativas para o local e para a saúde física, mental, emocional e espiritual das pessoas. O foco da pesquisa é entender quais são os motivos e as razões que fazem com que os moradores reduzam os espaços e as áreas verdes e retire as árvores das calçadas, contribuindo de forma consciente ou inconsciente com o aumento da temperatura local e com o visual nada agradável e acolhedor. Foi utilizado o método de pesquisa qualitativa e história de vida (HV), para a) levantar dados bibliográficos e documentais sobre o bairro e o tema; depois b) fazer entrevistas e aplicar questionários com os moradores visando entender a percepção e o sentimento de pertencimento, a partir disso; c) foi possível construir o desenvolvimento e o resultado da pesquisa. As respostas obtidas através das entrevistas e do contato com os moradores, serviram de base para a discussão e resultado desse trabalho. Dessa forma, através da análise dos dados coletados, o resultado da pesquisa evidencia quais os motivos da retirada das árvores e da redução das áreas verdes no bairro. Sendo eles: a falta de conhecimento técnico científico dos moradores, a ausência do Estado na implementação, manutenção e preservação da arborização urbana e a dificuldade da população em preservar os espaços naturais.