Adaptação urbana ao estresse térmico : uma análise da equidade distributiva territorial de vulnerabilidades e capacidades adaptativas “verdes” no DF.

Abstract

Os países em desenvolvimento são os mais vulneráveis às mudanças climáticas globais, e dentro deles, os que mais sofrerão, serão os mais pobres. Os impactos atingem de maneira e intensidade diferentes as sociedades. Onda de calor é um período de temperaturas excessivamente altas que causam desconforto, pode durar dias ou até semanas. Ilhas de calor urbanas são as temperaturas mais intensas em um determinado ponto quando comparadas aos seus arredores. As áreas verdes urbanas contribuem para a melhoria do meio ambiente e beneficiam os habitantes. No Plano Piloto existe grande disponibilidade de áreas verdes já que em sua concepção foi entendido como “cidade-parque”. Com a grande expansão urbana, novas áreas foram ocupadas sem levar em conta a dimensão ambiental. Por isso, esse trabalho visa encorajar reflexões para que as populações e os governos tenham conhecimento do problema e possam tornar as cidades mais resilientes. Além de contribuir para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 10, 11 e 13. A hipótese central é que a desigualdade de arborização acompanha a desigualdade socioeconômica das RAs. Construiremos dois índices, um de Vulnerabilidade Socioeconômica, que será baseado nos indicadores de renda, educação e saúde e outro de Áreas Verdes baseado nos indicadores, Jardins, Cerrado e Massa Arbórea. Nos resultados, é possível identificar 4 RAs que se destacam de todas as outras, e possuem não só o melhor desempenho de áreas verdes, como também o menor índice de vulnerabilidade socioeconômica. Nota-se um preocupante acúmulo de RAs com baixo desempenho em ambos os indicadores. Os problemas abordados neste trabalho, podem ser minimizados por meio do uso de Áreas Verdes, que podem ser interpretadas como Soluções Baseadas na Natureza. As ICU possuem relação com os materiais de superfície, então, arborizar uma área de prédios é também evitar que a radiação solar incida sobre o concreto. Já as OC, são eventos atmosféricos cuja intensificação está relacionada às mudanças climáticas. Diminuir a frequência de ocorrência de Ondas de Calor é um passo muito grande, porém, a arborização urbana pode contribuir para que os efeitos deletérios desses eventos sejam sentidos de forma menos impactante pelas sociedades. Ao relacionar o Índice de Áreas Verdes ponderas com o Índice de Vulnerabilidades Socioeconômicas percebemos que existe correlação alta entre ambos. É nessa situação, onde enxergamos a injustiça climática, já que as Regiões Administrativas de baixo desempenho de arborização sofrerão mais e terão menor capacidade adaptativa frente as mudanças climáticas e eventos de onda de calor. As limitações do trabalho ocorrem principalmente na ponderação dos indicadores de Áreas Verdes, sabe-se que possuem valores diferentes quando se trata de adaptação às mudanças climáticas, porém, é necessária uma pesquisa profunda para a definição de pesos adequados. Dessa forma, a pesquisa deverá continuar, em busca de melhorar a precisão dos resultados, para que os formadores de políticas públicas, possam garantir o bem-estar das sociedades, e principalmente daquelas que já se encontram fragilizadas.