Valoração econômica de regenerantes naturais em plantios de recomposição da vegetação nativa no bioma Cerrado

Abstract

O presente estudo aborda a valoração econômica de regenerantes naturais em áreas de restauração no bioma Cerrado, destacando sua relevância ecológica e os desafios enfrentados pela degradação e fragmentação ecológica. O foco é entender como a valoração econômica pode fortalecer a relação entre meio ambiente e economia O Cerrado é enfatizado como um bioma essencial para a biodiversidade e a hidrografia brasileira, mas que sofre impactos consideráveis devido às atividades agropecuárias. A regeneração natural emerge como um elemento-chave no processo de restauração ecológica, com regenerantes naturais sendo indicadores de progresso. Desse modo, a valoração dos regenerantes naturais é apresentada como uma estratégia fundamental para a conservação ambiental, incentivando a integração dos recursos naturais com o sistema econômico. Este estudo quantitativo descreve a valoração econômica de regenerantes naturais em uma área do Cerrado convertida para agricultura e posteriormente submetida a um projeto de recomposição. Utilizando dados de um experimento na Fazenda Entre Rios, Distrito Federal, com clima Aw e solo Latossolo vermelho, foram plantadas dez espécies arbóreas nativas em 2012, e dez anos depois, avaliou-se a regeneração natural, registrando 35 espécies e 819 indivíduos. A valoração econômica foi feita pelo método de custo evitado, considerando os custos de plantio, insumos, maquinário e mão de obra necessários para a recomposição, ajustados para a área de estudo de 0,25 hectare, para estabelecer o valor econômico dos regenerantes, evidenciando a importância econômica da recuperação de áreas degradadas. Neste estudo, foi calculado o custo de implantação de mudas para a recomposição vegetal no Distrito Federal, chegando a um preço médio de R$ 6,00 por unidade e um custo total para 0,25 hectares de R$ 2.294,00, equivalente a R$ 2,80 por muda. A análise focou no custo de implantação de 819 regenerantes naturais, totalizando R$ 7.208,00, ou R$ 8,80 por muda quando considerados todos os insumos, maquinário e mão de obra. A pesquisa destacou o valor econômico agregado gerado pelo surgimento espontâneo dos regenerantes, evidenciando um serviço ecossistêmico valioso de R$ 7.208,00 para a área estudada de 0,25ha. Este valor reflete a economia proporcionada pela regeneração natural em comparação com os custos de plantio ativo, reforçando a importância econômica e ambiental de permitir e facilitar a regeneração natural em projetos de restauração ecológica. Portanto, o estudo ressalta a capacidade de valoração econômica dos regenerantes naturais em áreas de recomposição, usando o método de custo evitado para atribuir valor monetário a esses indivíduos, que surgem naturalmente, promovidos pela dispersão zoocórica ou anemocórica. Esses regenerantes indicam não só o sucesso do processo de recomposição, mas também representam uma economia de custos, destacando a necessidade de sua valoração ambiental. É enfatizada a importância de estudos mais abrangentes para integrar regenerantes ao sistema econômico, contribuindo para estratégias de manejo sustentável e conservação. O estudo sugere que futuras pesquisas poderiam ampliar o valor econômico dessas mudas além dos atuais R$8,80, quantificando os benefícios de seu desenvolvimento natural.