Monitoramento das metas propostas no Plano Nacional de Eliminação da Malária nos estados da Região Amazônica

Abstract

A Malária é considerada uma doença infecciosa febril aguda, transmitida pela picada dos mosquitos-prego fêmeas infectadas pelo protozoário Plasmodium, considerada um problema de saúde pública do Brasil desde 1923. A Região Amazônica apresenta mais de 90% dos casos da doença, levando ao Ministério da Saúde desenvolver o Plano Nacional de Eliminação da Malária com o objetivo de erradicar totalmente a doença até 2035, com metas de redução anual para cada estado brasileiro. O presente estudo teve o objetivo de avaliar e monitorar a atuação do plano nos estados da Região Amazônica durante os anos de 2019 a 2022, verificando o número de casos autóctones de malária geral e malária por Plasmodium falciparum por Unidade Federativa, bem como descrevendo de suas respectivas metas. Este é um estudo descritivo que utilizou dados secundários obtidos pelo Tableau Public e FALA.BR. Para as análises, foram utilizados cálculo de Incidência Parasitária Anual (IPA), cálculos de razão e proporção para verificação das metas e quartis para a verificação da frequência semanal do agravo para o ano de 2022. Verificou-se que a Região Amazônica registrou 564.492 casos autóctones de malária entre os anos de 2019 a 2022, sendo quase metade (43%) no estado do Amazonas. No ano de 2022, a distribuição do agravo se apresentou aquém do esperado frente ao histórico sazonal da Região, embora evidencie-se períodos epidêmicos em determinados momentos. Em relação às metas de redução para casos de malária geral, cinco estados conseguiram atingir um percentual satisfatório de redução de casos. Em contrapartida, três estados apresentaram uma alta frequência de casos resultando no não alcance das metas pactuadas. Quanto aos casos por P. falciparum, apenas os estados do Acre e Tocantins atingiram suas respectivas metas. Por outro lado, alguns estados apresentaram variação de mais de 1000% acima do número esperado de casos para o Plasmodium. Tais análises demonstram diferenças entre os estados componentes da Região, levantando a necessidade de adoção de medidas mais contidas de controle do agravo, como a implementação de planos de contingência que abrangem as especificidades de cada região, subsidiadas por análises quantitativas oportunas e precisas. Em um aspecto geral, a adesão ao Plano demonstra aspectos positivos quanto a sua proposta, haja vista que o número de casos gerais apresentou redução significativa no ano de 2022.