O efeito do jejum e de dietas jejum mimetizantes no sistema imune e em pacientes com doenças inflamatórias imunemediadas : uma revisão sistemática da literatura

Abstract

Introdução: o uso de terapias dietéticas envolvendo jejum intermitente ou dietas jejum-mimetizantes, como a dieta cetogênica, parecem ter efeitos benéficos sobre o sistema imunológico e doenças autoimunes em estudos pré-clínicos. Essas abordagens vêm crescendo em popularidade como alternativas; entretanto, ainda não há evidências em ensaios clínicos em humanos que embasem sua indicação. Objetivo: atualizar o estado atual do conhecimento científico sobre os efeitos dessas abordagens dietéticas sobre o sistema imune e sobre doenças autoimunes de forma geral, tendo em vista descobrir se há e avaliar possíveis evidências de seu potencial uso como ferramenta terapêutica complementar às terapias medicamentosas. Metodologia: revisão sistemática da literatura, com pesquisa ampla em diversos bancos de dados, PubMed, MedLine, Cochrane, Google Scolar. Adotado o protocolo PRISMA para seleção e escolha de artigos de melhora qualidade compor a análise dos resultados. Resultados: ensaios clínicos randomizados para AR demonstraram controle da dor e dos demais parâmetros clínicos da doença como edema articular, força de preensão, mas só persistem os efeitos quando associado quando associado a mudanças dietéticas Para esclerose múltipla, as evidências parecem apontar para redução da progressão de doença, tempo de instalação, melhor do humor e estabilidade neurológico. Para LES as evidências nesse sentido são escassas, com poucos estudos demonstrando apenas aumento de imunocomplexos e de anti-DN-ds em jejum intermitente, sem piora dos sintomas, com implicações incertas quando ao desfecho e evolução da doença. Conclusão: o jejum e as dietas jejum mimetizantes parecem exercer efeitos sobre imunomodulação sobre artrite reumatoide e sobre a esclerose múltipla. Para LES e demais doenças autoimunes, as informações são ainda escassas demais se fazer qualquer afirmação.