Retratos do envelhecimento feminino no cinema

Abstract

O etarismo contra mulheres marca presença em diversas esferas da cultura ocidental e, no cinema, isso não é diferente. Dada as amplas e aprofundadas explorações acerca do cinema brasileiro na academia, optou-se por investigar nesta monografia o cinema contemporâneo de outros países – mais especificamente, Estados Unidos, França e Reino Unido. Para fundamentação de argumentos e conceitos, procurou-se utilizar as seguintes autoras como referência: Susan Sontag, Maíra Carvalho Ferreira Santos, Susan J. Douglas, Simone de Beauvoir, entre outras. O objetivo geral deste trabalho é comparar como o envelhecimento feminino é retratado em filmes desses três países – Boa Sorte, Leo Grande (2022), Os Jovens Amantes (2021) e Doris, Redescobrindo o Amor (2015). Foram estabelecidos objetivos específicos que incluem: o mapeamento de filmes que tratam da temática de forma direta ou indireta, que têm uma ou mais mulheres acima dos 50 anos de idade como protagonistas e que foram produzidos ou lançados na última década – entre 2012 e 2022; a análise individual dos retratos do envelhecimento feminino em cada filme selecionado; e, por fim, a comparação de tais retratos e a indicação de suas semelhanças e diferenças. Adotaram-se dois procedimentos metodológicos, de ordem quali-quantitativa, para o cumprimento de tais objetivos. Em primeiro lugar, o mapeamento de filmes na temática e período estabelecidos e, posteriormente, a análise propriamente dita, inspirada por Manuela Penafria (2009), a qual foi auxiliada por capturas de tela das películas em questão e dividida em três categorias: o Retrato Psicológico/Emocional, o Retrato Social e o Retrato Físico e Romântico/Sexual. Uma das principais conclusões à qual se pôde chegar após a realização das análises foi de que nenhum dos três filmes selecionados conseguiu fugir totalmente de preconcepções, estigmas e/ou estereótipos culturalmente associados ao envelhecimento e à velhice feminina. Entretanto, os três tentam, cada um à sua maneira e em intensidades diferentes, transpor limitações impostas – sejam elas sociais, físicas ou afetivas – sobre as protagonistas.