Exposição ao manganês e o parkinsonismo em usuários de catinonas sintéticas

Abstract

A efedrina é um fármaco produzido em 1928 e inserida no mercado como medicamento antidepressivo, que posteriormente foi utilizada como protótipo para a síntese de outras estruturas químicas como a efedrona/metcatinona dentro da denominação catinonas sintéticas, das Novas Drogas Psicoativas, devido ao desvirtuamento de sua indicação inicial e que hoje é utilizado de forma abusiva e recreativa, através de manipulações clandestinas e aplicações intravenosas da Efedrona. Além dos efeitos psicoativos de estimulação do Sistema Nervoso Central foram documentados o desenvolvimento de sintomas semelhantes aos da doença de Parkinson em usuários dessa substância como: distúrbio de postura; dificuldades na fala e falha no controle de movimentos motores simples do dia a dia. Dessa maneira, o intuito desse estudo foi investigar a relação e a influência da Efedrona com os efeitos tóxicos de Mn no Sistema Nervoso e o quadro de Parkinsonismo apresentados pelos usuários da droga. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa sobre a associação do Manganês com o uso recreativo de catinonas sintéticas, pesquisados em duas bases de dados (Web of Science e PubMed), com uso dos descritores “Manganese” e Ephedrone” e trabalhos publicados entre 2013 a 2023, resultando em 15 artigos incluídos para os resultados. Como critérios de inclusão foram utilizados: artigos que apresentem dados originais sobre Mn e Parkinson em usuários de catinonas sintéticas considerando os níveis de evidência até 3B. Resultados: Foram analisados 4 estudos longitudinais e 11 estudos de caso-controle em que foi mostrado os danos motores persistentes e as respectivas dosagens de Mn no organismo de usuários ativos e ex-usuários e por quanto tempo ainda persistia tais danos após o desmame da droga, em caso de ex-usuários. Discussão: Foi possível comparar os efeitos da intoxicação em movimentos comuns motores e nas dosagens do metal Mn no plasma sanguíneo. Ademais, foi mostrado a permanência da falha motora mesmo com a diminuição da concentração do Mn, visto que esse diminui com o tempo sem o uso da Efedrona. Conclusão: Há relação entre o uso da droga e o aumento de Mn no sangue, em conjunto com os sintomas da doença de Parkinson, visto que os danos motores aparecem com cerca de 6 meses de uso da droga e pode persistir indefinidamente, ao contrário do Mn, que não persiste em grandes concentrações por longo tempo sem que o indivíduo esteja fazendo uso da Catinona.