Educação formal e informal em música e seus desdobramentos na prática instrumentística

Abstract

Este trabalho de conclusão de curso, que é uma pesquisa exploratória qualitativa, buscou evidenciar e analisar as questões que caracterizam situações de aprendizagem em música como formais ou informais, bem como os seus desdobramentos para a prática instrumentística. Acredita-se que este tema se torna relevante para a área de pesquisa em educação musical diante da diversidade sociocultural e pedagógica brasileira, onde diferentes movimentos históricomusicais se disseminaram através de diferentes práticas e tradições formativas. Diante de tal panorama e da própria trajetória musical do autor, surge o questionamento de como definir uma determinada prática musical como formal ou informal. Como isso se relaciona com o processo de formação do instrumentista? Através da revisão de literatura, são apresentados conceitos, variáveis e parâmetros que buscam qualificar o grau de formalidade de uma prática musical, bem como o reflexo de uma prática “erudita” ou “popular” para a prática instrumentística. Então buscou-se, por meio de duas entrevistas focalizadas com professores de ensino superior, formação clássica e atuação no cenário da música popular, colher detalhes sobre os seus processos formativos e as variáveis que influenciaram o seu desenvolvimento no instrumento. A partir de tais procedimentos, a formalidade e informalidade se apresentam na educação musical como um espectro de dois pólos distintos e complementares: relacionando-se com o grau de textualidade e oralidade de uma determinada prática, ocorrendo de maneira separada ou simultânea durante a formação de um indivíduo e promovendo habilidades que se mostram intercambiáveis. Buscou-se melhor entender tais processos e suas variáveis para também melhor diagnosticar os objetivos de possíveis alunos e os caminhos para atingi-los.