Reinventando currículo : o componente curricular projeto de vida enquanto potencialidade para o ensino de filosofia e formação de subjetividades

Abstract

A monografia tem como problema o espaço da filosofia no novo ensino médio do Distrito Federal. O currículo e a estrutura do ensino médio, alicerçados pela lei 13.415 e pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), sofreram, a grosso modo, modificações de modo a tornar o currículo flexível para atender melhor as demandas dos estudantes e torná-lo atrativo. Desse modo, a concepção expressa pela lei do novo ensino médio estabelece a divisão curricular em duas partes: a parte de formação comum (separadas em áreas de conhecimento tais quais linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências naturais e suas tecnologias e ciências humanas e sociais aplicadas) e a parte diversificada (itinerários formativos separados em eletivas, trilhas de aprendizagem e projeto de vida), no entanto, a parte de formação comum, concebida semestralmente, apresenta uma redução no planejamento de aulas (exceto português, matemática e educação física). Como a integralidade do ensino de filosofia no atual currículo do ensino médio foi reduzida, o primeiro objetivo é rastrear novos espaços para a filosofia defendida por Walter Kohan e Sílvio Gallo. Para os propósitos dessa monografia, um possível espaço a ser analisado e apropriado pode estar na unidade curricular projeto de vida, tendo em vista duas aberturas: a primeira delas é que o projeto de vida não é uma unidade movediça ou eletiva, ela está fixa na grade curricular ao longo de todo ano e qualquer docente pode ofertá-la; a segunda abertura, e talvez a mais desafiadora, é que o currículo pode trabalhar temas de interesse da filosofia. Para reinventar o currículo, de modo a criar linhas de fuga para o ensino de filosofia, é necessário criar um arcabouço teórico para tal. Neste sentido, a intervenção vai em direção àquilo que está intrínseco no componente curricular, a saber, a disputa pela subjetividade. Vale ressaltar que não se trata de uma apologia ao novo ensino médio, tampouco a defesa de sua permanência, pois os problemas são inúmeros. Contudo, o exercício e a efetividade da crítica caminham a curtos passos, de modo que, o enclausuramento a ela promove imobilidade e rejeita a ação. Logo, se trata de criar linhas de fuga, meios e códigos para um pensamento filosófico atuante, por meio de uma proposta interventiva e pedagógica. A metodologia do trabalho consiste em pesquisa do tipo bibliográfica e documental e, ao final, serão propostas três abordagens que podem interseccionar o ensino de filosofia com o projeto de vida.