Resumo: | Nas últimas décadas, a gestão de resíduos tornou-se uma preocupação global, devido
à expansão populacional, ao aumento da produção e ao consumo exacerbado. Nesse
cenário, a Economia Circular surge como uma alternativa viável e sustentável, com
ênfase na redução, reutilização, reciclagem, recuperação e envolvimento do
consumidor para uma gestão eficiente de resíduos. A presente pesquisa objetiva
investigar como é realizada a gestão de resíduos, sob o prisma da Economia Circular,
com base nas capacidades, oportunidades e motivações dos residentes de um
condomínio habitacional horizontal do Distrito Federal, utilizando o Modelo Teórico
COM-B (Michie et al., 2011). São evidenciados desafios e oportunidades por meio de
uma abordagem qualitativa, exploratória, de corte transversal e entrevistas em
profundidade. Os resultados indicam que as capacidades psicológicas, como o
conhecimento e o interesse, capacidades físicas, como o esforço físico, oportunidades
sociais, como a influência do círculo social, oportunidades físicas, como a
disponibilidade de uma infraestrutura adequada, motivações automáticas, como a
aversão a odores e motivações reflexivas, como a preocupação ambiental, social,
econômica e sanitária, são fatores que influenciam substancialmente no
comportamento de descarte dos moradores, que devem ser considerados na
formulação de intervenções. Ademais, os resultados revelam um certo distanciamento
dos moradores em relação aos resíduos, indicando a necessidade de estratégias
eficientes que considerem a infraestrutura e compreendam os fatores que influenciam
o engajamento do consumidor. Destarte, apesar do estudo se limitar a um único
condomínio, a pesquisa apresenta três esferas de contribuição: a esfera acadêmica,
por contribuir para a literatura da gestão de resíduos e Economia Circular,
preenchendo a lacuna referente à perspectiva do consumidor, ainda pouco explorada
no âmbito da Economia Circular; a dimensão gerencial, evidenciada pela adoção de
um modelo analítico comportamental da comunidade condominial, visando catalisar o
comprometimento com práticas de gestão sustentável de resíduos; e a esfera social,
caracterizada pela revisão da gestão de resíduos domiciliares e pela busca de
alternativas sustentáveis para a destinação de resíduos. |