Antecedentes do bem-estar no trabalho : o que pensam as gerações X, Y e Z?

Abstract

Partindo-se do pressuposto que as organizações buscam o aumento do desempenho como forma de se manterem competitivas no mercado, é estratégico que elas foquem seus esforços, também, na promoção do bem-estar de seus trabalhadores, uma vez que a literatura tem enfatizado a relação positiva entre essas variáveis. Nesse contexto, gestores devem compreender quais fatores são capazes de promover o bemestar no trabalho. No entanto, deparam-se com uma força de trabalho heterogênea, composta por trabalhadores de diferentes gerações e, consequentemente, com percepções, comportamentos e atitudes distintas no ambiente organizacional. O objetivo deste trabalho foi investigar como os trabalhadores compreendem o bem-estar no trabalho e o que as gerações X, Y e Z consideram como fatores antecedentes desse construto. Para tanto, foram realizados três grupos focais com integrantes de cada uma das gerações separadamente, e os dados analisados com o software Iramuteq através de nuvem de palavras e análise de similitude. Os trabalhadores associaram o bem-estar no trabalho principalmente com afetos positivos e negativos (perspectiva hedônica), além da percepção de realização e desenvolvimento pessoal (eudaimônica). Esse resultado está alinhado com a definição de bem-estar no trabalho adotada nesta pesquisa. De modo geral, os antecedentes de bem-estar no trabalho identificados estão em consonância com o que é possível encontrar na literatura, bem como se relacionam, até certo ponto, com as características das gerações X, Y e Z descritas nas pesquisas que se propõem a identificá-las. A geração X priorizou clima organizacional, relacionamentos interpessoais, acordos claros, suporte organizacional, justiça organizacional e habilidade da liderança; a geração Y enfatizou flexibilidade e autonomia, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, suporte institucional e características individuais; e a geração Z destacou o reconhecimento e feedbacks, autonomia e flexibilidade, clima organizacional positivo e desafios e aprendizagem. Ainda que sejam observadas diferenças na priorização dos antecedentes, é interessante que os gestores se atentem também às similaridades apresentadas entre as gerações, que podem ser utilizadas para potencializar equipes de trabalho heterogêneas.