Título: | Análise radiômica na predição de osteoporose em tomografia computadorizada de feixe cônico |
Autor(es): | Silva, Matheus Rodrigues Serafim |
Orientador(es): | Leite, André Ferreira |
Coorientador(es): | Melo, Nilce Santos de |
Assunto: | Osteoporose pós-menopausa Tomografia computadorizada Inteligência artificial |
Data de apresentação: | 14-Fev-2024 |
Data de publicação: | 24-Abr-2024 |
Referência: | SILVA, Matheus Rodrigues Serafim. Análise radiômica na predição de osteoporose em tomografia computadorizada de feixe cônico. 2024. 75 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Odontologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2023. |
Resumo: | A osteoporose, doença esquelética caracterizada pela diminuição da resistência óssea, eleva significativamente o risco de fraturas por traumas mínimos. Fraturas impactam negativamente a qualidade de vida, aumentam a necessidade de hospitalizações e elevam a mortalidade, especialmente entre idosos e mulheres pósmenopausa, grupos mais suscetíveis. Frequentemente assintomática, a osteoporose muitas vezes só é reconhecida após ocorrência de fraturas, ressaltando urgência por métodos eficazes de rastreio para indivíduos em risco elevado e, assim, mitigar seu impacto socioeconômico. Na área odontológica, Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC) é amplamente utilizada, sobretudo na implantodontia.
Considerando que mudanças na mandíbula são frequentemente relatadas em casos de osteoporose, surge a proposta de investigar o potencial diagnóstico da TCFC como método auxiliar no rastreamento da osteoporose. Aplicações de Inteligência Artificial (IA), especialmente aquelas baseadas em radiômica, mostram eficácia no diagnóstico automatizado de diversas patologias detectando alterações teciduais. No entanto, a validade dessa abordagem para predição de osteoporose na mandíbula através da TCFC ainda não foi estabelecida. Este estudo objetivou definir a assinatura radiômica específica para osteoporose em mulheres pós-menopausa utilizando TCFC, além de desenvolver e avaliar modelos preditivos baseados nesta. De forma retrospectiva, selecionaram-se 100 mulheres pós-menopausa que realizaram TCFC e densitometria
óssea por dupla emissão de fótons (DXA), incluindo casos com e sem diagnóstico de osteoporose. Foram manualmente escolhidos, por dois avaliadores, cinco sítios desegmentação em cada TCFC, abrangendo áreas do osso cortical e trabecular da mandíbula, além do osso trabecular vértebra C2. Com achados da DXA, 49 foram diagnosticadas com osteoporose e 51 não apresentaram a doença. A partir das TCFCs, extraíram-se 535 características radiômicas, divididas em categorias de shape, firstorder e textura. Os dados foram refinados para concentrar-se nos mais pertinentes à osteoporose, associando-os a medições lineares ósseas da mandíbula para embasar a elaboração de modelos de classificação baseados em Random Forest. Modelos foram treinados utilizando o conjunto completo de características radiômicas e medidas ósseas mandibulares, assim como modelos focados em subgrupos específicos de segmentação. O desempenho do modelo preditivo variou conforme a segmentação anatômica: a vértebra C2 teve o melhor desempenho com precisão e recall de 0,7551, e F1-score de 0,7400, tanto para osteoporose quanto para não osteoporose. Em contraste, a segmentação cortical mandibular direita apresentou os menores índices com precisão de 0,5600, recall de 0,5714 e F1-score de 0,5657 para osteoporose. Globalmente, a combinação de todas as segmentações elevou a acurácia do modelo para 0,7500, indicando uma eficácia maior quando múltiplas segmentações são analisadas conjuntamente. Os achados ressaltam a relevância de avaliar a qualidade óssea da mandíbula e C2 utilizando características radiômicas em TCFC, um campo ainda pouco explorado na ciência. A habilidade dos modelos testados em diferenciar mulheres pós-menopausa, com e sem osteoporose, refletem o potencial da radiômica como uma ferramenta avançada de análise de imagens. Essa técnica oferece características únicas para o desenvolvimento de modelos diagnósticos, prognósticos e preditivos. A validação desses modelos radiômicos é essencial, exigindo reprodutibilidade e generalização das características para garantir
sua aplicabilidade clínica na detecção e manejo da osteoporose. |
Abstract: | Osteoporosis, a skeletal disease characterized by decreased bone strength, significantly increases the risk of fractures from minimal trauma. Fractures negatively impact quality of life, increase the need for hospitalizations, and can raise mortality, especially among the elderly and postmenopausal women, the most susceptible
groups. Often asymptomatic, osteoporosis is frequently only recognized after the occurrence of fractures, highlighting the urgency for effective screening methods for individuals at elevated risk, thereby mitigating its socioeconomic impact. In dentistry, Cone Beam Computed Tomography (CBCT) is widely used, particularly in
implantology. Considering that changes in the jaw are often reported in cases of osteoporosis, the proposal to investigate the diagnostic potential of CBCT as an auxiliary method in osteoporosis screening emerges. Applications of Artificial Intelligence (AI), especially those based on radiomics, show efficacy in the automated
diagnosis of various pathologies by detecting tissue changes. However, the validity of this approach for predicting osteoporosis in the jaw through CBCT has not yet been established. This study aimed to define the specific radiomic signature for osteoporosis in postmenopausal women using CBCT, in addition to developing and evaluating predictive models based on this. Retrospectively, 100 postmenopausal women who underwent CBCT and dual-energy X-ray absorptiometry (DXA), including cases with and without a diagnosis of osteoporosis, were selected. Five segmentation sites on each CBCT were manually chosen by two evaluators, covering areas of the cortical and trabecular bone of the jaw, as well as the trabecular bone of vertebra C2. Using DXA scans, 49 individuals were identified as having osteoporosis, while 51 were normal. From the CBCTs, 535 radiomic features were extracted, divided into shape, firstorder, and texture categories. The data were refined to focus on those most relevant to osteoporosis, associating them with linear bone measurements of the jaw to support the development of Random Forest-based classification models. Models were trained using the complete set of radiomic features and mandibular bone measurements, as well as models focused on specific segmentation subgroups. The performance of the predictive model varied according to anatomical segmentation: vertebra C2 had the best performance with precision and recall of 0.7551, and F1-score of 0.7400, for both osteoporosis and non-osteoporosis. In contrast, the right mandibular cortical segmentation showed the lowest indices with a precision of 0.5600, recall of 0.5714, and F1-score of 0.5657 for osteoporosis. Globally, the combination of all segmentations raised the model's accuracy to 0.7500, indicating greater efficacy when multiple segmentations are analyzed together. The findings highlight the relevance of evaluating the bone quality of the jaw and C2 using radiomic features in CBCT, a field still scarcely explored in science. The ability of the tested models to differentiate postmenopausal women, with and without osteoporosis, reflects the potential of radiomics as an advanced tool for image analysis. This technique offers unique features for the development of diagnostic, prognostic, and predictive models. The validation of these radiomic models is essential, requiring reproducibility and generalization of the radiomic features to ensure their clinical applicability in the detection and management of osteoporosis. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Departamento de Odontologia, 2023. |
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