Contribuições da nutrição e da psicologia para a identificação dos transtornos de ansiedade e depressão em estudantes de graduação

Abstract

Os transtornos de ansiedade e de depressão tem atingido pessoas de todas idades, incluindo estudantes universitários, reduzindo seu desempenho acadêmico e provocando prejuízos ao funcionamento biopsicossocial, com reflexos adversos à alimentação. Os sintomas mais comuns podem incluir a percepção de incapacidade e a falta de vontade para lidar com demandas do dia-a-dia, além de tristeza profunda e preocupações exageradas, sendo indicado uma equipe multiprofissional capacitada para auxiliar o manejo comportamental dos indivíduos afetados. O estudo teve como objetivo, analisar as contribuições da Nutrição e da Psicologia para a identificação de transtornos de ansiedade e depressão entre estudantes de graduação. Trata-se de uma, de uma revisão da literatura. A partir das plataformas Scielo, Google Acadêmico e Portal Periódicos - CAPES/MEC, e utilizando-se os descritores “ansiedade”, “depressão”, “nutrição”, “psicologia” e “estudantes universitários’’, no período de fevereiro a outubro de 2021, buscou-se por artigos publicados em periódicos de língua portuguesa. Foi definida a seguinte pergunta orientadora para o estudo: como a Nutrição e a Psicologia contribuem para identificação dos transtornos de ansiedade e depressão entre estudantes universitários? Após a leitura dos títulos e resumos dos artigos identificados, foram selecionados 25 trabalhos que incluíam conteúdos relacionados à pergunta orientadora. Os estudos analisados apontam a relação funcional da alimentação com o tratamento da ansiedade e depressão, pois esses transtornos estão relacionados com uma dieta inflamatória, composta por alimentos inadequados, rica em açúcar, gordura, fast-foods e pouca ingestão de frutas e vegetais. Assim, uma alimentação saudável com compostos bioativos tem efeito potencialmente protetor no tratamento desses transtornos. Em relação à saúde biopsicossocial, os estudos apontam fatores que influenciam o aparecimento, ou agravamento, de transtornos de ansiedade e depressão, com destaque para: baixa renda familiar, falta de rede(s) de apoio social, maior vulnerabilidade para mulheres, percepção de incertezas e inseguranças com o futuro, além de alterações de autoimagem e da percepção corporal que aumentam a probabilidade de transtornos alimentares como comorbidades. Considera-se, que uma alimentação adequada pode influenciar a redução da sintomatologia dos transtornos de ansiedade e depressão, desde que ocorra um acompanhamento de profissionais capacitados, como o psicólogo, que poderia proporcionar maior manejo comportamental e cognitivo dos estudantes para enfrentarem as múltiplas demandas da vida acadêmica. Assim, ações multiprofissionais, no âmbito das universidades, como grupos psicoeducativos, poderiam estimular a modificação do repertório de comportamentos dos estudantes de graduação.