Resumo: | O objetivo do presente trabalho foi levantar as atividades educativas e as necessidades
relacionadas apontadas por agentes de Vigilância Sanitária (VISA) no Brasil. Para tal, foi
realizado um estudo observacional do tipo transversal a partir de dados obtidos por
formulário eletrônico disponibilizado pelo canal de comunicação entre a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária e as VISA municipais e estaduais na plataforma Teams® a
colaboradores da VISA do Brasil. O formulário compreendia perguntas relacionadas à
região do Brasil onde o colaborador executava suas ações, cargo e tempo de atuação, ao
tipo de atividades educativas realizadas e dificuldades associadas em caso de não
realização dessas atividades; também foram requeridas informações sobre ações e
abordagens que seriam necessárias para efetivação de atividades educativas no contexto da educação básica. As perguntas demandavam respostas descritivas posteriormente
organizadas e categorizadas e analisadas em termos absolutos e relativos. Foram obtidas 266 respostas de colaboradores das VISA, em sua maioria autodeclarada como
coordenadores (N=114; 42,9%). A maior parte tinha tempo de atuação de até cinco anos
(N=144; 54,1%), era proveniente da região sudeste (N=97; 36,5%) e referiu que o
município onde trabalha executava atividades educativas (N=210; 78,9%). Dos 210, 61,4% (N=129) especificaram quais os tipos de atividades educativas eram realizados, sendo as mais frequentes palestras, reuniões e/ou rodas de conversa (N=73; 38,6% das 189 atividades mencionadas). Temas sobre prevenção de doenças e agravos e promoção da saúde (N=98; 43,0%), com medidas de biossegurança relacionadas à Doença Causada pelo Novo Coronavírus (COVID-19) e dengue, e sobre produtos (N=78; 34,2%), principalmente alimentos, foram os mais referidos. As principais razões para não realização de atividades educativas foram relacionadas a RH (N=36; 49,3%). Pouco mais da metade dos respondentes (N=138; 51,9%) referiu quais ações e abordagens temáticas seriam necessárias para viabilizar atividades educativas na educação básica: foram apontadas 177, das quais a mais frequente foi realização de atividades específicas (cursos, fóruns, oficinas, palestras, reuniões, rodas de conversa e/ou seminários) (N=55; 31,1%) seguida da abordagem do papel e importância da VS (N=32; 18,1%). Os resultados reforçam a importância do levantamento de atividades educativas em VISA realizadas, bem como dificuldades associadas, visando ações amplas em termos organizacionais e estruturais para que elas possam ser entendidas como medidas complementares para viabilização de ações efetivas de promoção da saúde promoção, proteção e recuperação da saúde, além daquelas preventivas. |