Resumo: | Meu primeiro contato com a obra “Que Mundo Deixaremos para Keith?” se deu na disciplina de Literatura Brasileira - Teatro, no primeiro semestre do ano letivo de 2022. Com a “encenação da leitura” da peça, diferentes questionamentos surgiram acerca da montagem teatral e da construção do personagem principal: o professor de literatura e o aluno que este
professor foi. A curiosidade é justificada pela importância do docente de literatura para a contemporaneidade, em que, cada vez mais, há uma ameaça às artes, entre elas, a literatura. Com isso, buscou-se a partir da leitura e, posteriormente, da “encenação da leitura” da peça na vigésima edição do projeto Quartas Dramáticas, projeto coordenado pelo Prof. Dr. André Luís Gomes, na Universidade de Brasília, a compreensão da memória para a construção do ser, neste caso, o ser professor de literatura. Em “Que Mundo Deixaremos para Keith?”, os personagens principais perpassam entre o passado - quando alunos - e o presente - como professores de literatura. Sendo assim, com um trabalho entre literatura e memória, busco analisar como o uso de “flashbacks”, estratégia usada pelos autores da peça, foi utilizado como um mecanismo para refletir sobre o passado, compreender o presente e pensar o futuro. Entretanto, como trabalhar com duas artes que conversam em duas linguagens diferentes? A literatura tem seu foco na escrita, enquanto o teatro possui o seu na linguagem imagética, corporal, ou seja, na representação cênica. Mas, ainda assim, é possível traçar uma frutífera relação entre as duas, uma vez que uma peça, antes de ser encenada, passa por um processo de escrita. Dessa forma, a partir da leitura do texto dramatúrgico, observou-se ali uma oportunidade de aproximação entre essas duas artes. Portanto, para as discussões apresentadas, a peça “Que Mundo Deixaremos para Keith?”, parte de alguns questionamento: o que é ser ou estar professor de literatura, o professor torna-se ou ele é? Em vista disso, observei que os “flashbacks” utilizados pelos personagens são um mecanismo para entender os professores que ambos se tornaram quando adultos. Por fim, objetiva-se com as reflexões apresentadas, entender a relação frutífera entre literatura e o teatro, pensamento inspirado pela disciplina Literatura Brasileira - Teatro da Universidade de Brasília. Além disso, compreender o quão importante a memória se faz para a construção da literatura, e, especificamente, do ser professor de literatura, na peça “Que Mundo Deixaremos para Keith?”. Assim, entendendo o espaço que esse ser ocupou e ocupa hoje. |