Análise comparada entre a qualidade das auditorias realizadas e as performances após o processo de IPO das empresas

Abstract

No mercado de capitais, as companhias que pretendem passar pelo processo de IPO (Initial Public Offering) contam com consultores financeiros, bancos de investimentos e auditores, para que os riscos sejam reduzidos ao máximo durante e, principalmente, após a abertura do capital. Nesse cenário, a equipe de auditoria contratada busca verificar, especificamente, se as demonstrações financeiras estão adequadas e, em todos os aspectos relevantes, se a posição patrimonial e financeira, individual e consolidada, estão em conformidade. Desse modo, o presente artigo tem por escopo verificar, de forma comparada, se a sobrevivência das empresas brasileiras que deram início ao processo de abertura pública de suas ações na bolsa de valores brasileira (B3) está relacionada, de fato, à qualidade das auditorias desempenhadas durante o IPO. A fim de se estimar a probabilidade de tempo de falha das empresas pós-IPO em razão da qualidade da auditoria realizada, utilizou-se como base o estudo de Jain e Martin Jr. (2005) para fins de comparação dos dados registrados nos mercados de capitais norte-americano e brasileiro. Os resultados permitiram concluir que não há indicação de relação substancial entre a qualidade da auditoria e a sobrevivência de tais empresas com ações negociadas na bolsa de valores na realidade brasileira, com base nos anos de 2011 a 2020. Um potencial motivo pode ser em razão do baixo número de empresas que participam de processos de abertura de capitais com o auxílio de auditorias que não fazem parte do denominado grupo Big Four.