Entre Hansen, Aristóteles e Lope de Vega : a desierarquização da historicidade do Século de Ouro na literatura teatral apresentada em “El Burlador de Sevilla y Convidado de Piedra” (1630) de Tirso de Molina

Abstract

Este trabalho tem como objetivo desenvolver, a partir das proposições de Hansen (2006), uma análise crítica da obra “El Burlador de Sevilla y Convidado de Piedra” (1630) de Tirso de Molina, considerando preceptivas dos Clássicos de Aristóteles e processos de hibridação de alguns elementos textuais aristotélicos na escola teatral espanhola de Lope de Vega no Século XVII. A proposta aqui foi, a partir da estilística, compreender e reafirmar as proposições de Hansen de que as preceptivas do Século de Ouro não podem ser classificadas com um tipo de arte inferior à chamada Era Clássica, uma vez que, como apontou a nossa análise investigava, refere-se tão somente à ressignificação de elementos textuais decorrentes das mudanças geográficas, históricas e culturais da sociedade humana. Portanto, a pesquisa concluiu ser pertinente a proposta de desierarquização do Barroco do Século XVII, o Século de Ouro, umas das épocas mais ricas da produção intelectual e artística da humanidade.