Perfil da resistência aos antibióticos : casos de coinfecções bacterianas eskape com sars-cov-2

Abstract

A crise da resistência a antibióticos é um fenômeno de extensão global caracterizado pelo surgimento de micro-organismos resistentes a antibióticos, acarretando assim na redução da eficácia da antibioticoterapia. Juntamente com esta crise, existe a problemática das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, as quais são infecções adquiridas em hospitais por pacientes em estado imunológico vulnerável, causando agravos no estado de saúde do paciente, com aumento dos dias de internação e do custo associado ao tratamento e manutenção da saúde do paciente. Dentre os principais patógenos nosocomiais causadores de IRAS, as bactérias ESKAPE (Enterococcus faecium, Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae, Acinetobacter baumannii, Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter sp.) figuram entre as mais preocupantes, segundo a OMS. Paralelamente à crise da resistência aos antibióticos, no dia 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou estado de emergência de saúde pública de importância internacional, devido à elevada taxa de disseminação da COVID-19, causada pelo SARS-Cov2. Uma parcela significativa dos pacientes com COVID-19 desenvolve a forma grave da doença, carecendo até mesmo do uso de ventilação mecânica, sendo que nestas condições as IRAS, sobretudo aquelas causadas pelos patógenos de alta periculosidade, como as bactérias ESKAPE, tornam-se fatores importantes de serem analisados, com o intuito de se tomar medidas profiláticas e de gestão de doenças adquiridas em hospitais. Portanto, o objetivo do presente estudo é descrever a frequência e perfil de resistência de cepas pertencentes à sigla ESKAPE em casos de coinfecção com SARS-CoV-2, bem como associar agente etiológico e sítio de infecção.