Resistência antimicrobiana de bactérias Escherichia coli isoladas de carnes de frango comercializadas no Distrito Federal

Abstract

A infecção por Escherichia coli é uma das principais doenças da avicultura industrial moderna e causa grandes prejuízos econômicos no mundo inteiro. Devido à elevada prevalência da colibacilose aviária, a terapêutica com antimicrobianos tem sido abusivamente adotada, e assim tem ocorrido um aumento da resistência de E. coli a várias drogas antimicrobianas, trazendo preocupações para a saúde pública. Desta maneira, este estudo teve por objetivo realizar a enumeração de coliformes termotolerantes em carnes de frango resfriadas comercializadas no Distrito Federal e avaliar a resistência antimicrobiana das bactérias E. coli isoladas. Foram analisadas 30 amostras de carne de frango resfriadas de diferentes cortes e para a determinação de coliformes termotolerantes, as amostras foram inoculadas em caldo Lauril Sulfato Triptose, a 37ºC por 24 h. Alíquotas dos tubos positivos foram inoculadas em caldo Escherichia coli (EC), em banho-maria a 45°C por 24 h. Do caldo EC foram isoladas as cepas de E. coli no meio Agar Mac Conkey. A susceptibilidade das cepas aos antimicrobianos foi avaliada pela técnica de disco difusão (técnica de Kirby-Bauer). No presente estudo, das 30 amostras analisadas, 25 (83,3%) apresentaram coliformes termotolerantes (0,4 x 10 a 1,1 x 103 NMP/g), sendo isoladas cepas de E. coli em 16 amostras (60%). Das 50 cepas de E. coli isoladas das amostras, observou-se que essas apresentaram mais resistência a Sulfonamida (72%), a Ciprofloxacina (64%) e a Tetraciclina (40%), sendo que 56% das cepas classificaram-se como multirresistentes, isto é, cepas resistentes a três classes de antibióticos ou mais. Conclui-se que apesar da quantificação de coliformes termotolerantes nas amostras de carnes de frango comercializadas no Distrito Federal estar dentro dos limites permitidos pela legislação brasileira (máximo de 5,0 x 103 NMP/g), a existência de cepas de E. coli com resistência antimicrobiana representa um risco ao consumidor, pela possibilidade da transmissão dessa resistência aos seres humanos.