Qualidade das diretrizes clínicas para contracepção de emergência segundo AGREE II e proposta de diretriz para o cuidado farmacêutico

Abstract

Contracepção de Emergência (CE) refere-se ao uso de medicamentos hormonais para prevenir gravidez indesejada dentro de 72 a 120 horas após a relação sexual desprotegida ou coito interrompido. Estima-se que o uso adequado da CE pode reduzir pela metade o número de gestações indesejadas a cada ano, o que também pode reduzir as taxas de aborto. (1) O manejo clínico previsto para utilização de CE e prevenção de gravidez indesejada necessita de embasamento científico presente em diretrizes clínicas, documentos, protocolos, artigos, entre outros, que vão orientar com segurança e qualidade, através de recomendações estruturadas que auxiliam as tomadas de decisões dos profissionais de saúde e do paciente acerca dos cuidados de saúde mais apropriados em circunstâncias clínicas específicas. A qualidade das diretrizes é fator determinante para o seu potencial benéfico e metodologias apropriadas. (5, 6) Atualmente, os estabelecimentos farmacêuticos carecem de um maior preparo para o manejo da contracepção de emergência, em que, um bom atendimento farmacêutico está intimamente ligado ao conhecimento sobre as possíveis causas da “emergência”, quais são as opções disponíveis no Brasil, importância da educação sexual e escolha de um método contraceptivo contínuo. Assim justifica-se a criação de um protocolo de atendimento voltado a esse profissional, para orientar de forma prática e eficiente todas as etapas necessárias ao cuidado. Para elaboração da proposta de diretriz baseada em evidência, foi realizada uma revisão sistemática, utilizando diversas bases de dados e aplicado então o método ADAPTE. Ainda, as diretrizes já existentes foram avaliadas através do método AGREE II, com foco no domínio “rigor de desenvolvimento”. Resultando em 3 diretrizes avaliadas, dentro dos critérios estabelecidos, como de boa qualidade e recomendáveis pelas notas alcançadas no referido domínio. A proposta desenvolvida inclui a definição de contracepção de emergência, as causas, a anamnese, as intervenções não farmacológicas e farmacológicas e o acompanhamento pelo farmacêutico.