Avaliação da qualidade de protocolos e diretrizes clínicas para o manejo da hanseníase

Abstract

A análise crítica de evidências e a associação destas com as experiências do profissional e a valorização das preferências do paciente caracterizam a Prática Baseada em Evidências. Este conceito é aplicado na elaboração de Protocolos e Diretrizes Clínicos, de forma que estes promovam recomendações assertivas, colaborando com a qualidade do cuidado. O objetivo deste trabalho é avaliar a qualidade de protocolos e diretrizes para o manejo da hanseníase. A busca por diretrizes e protocolos foi realizada em bases de dados como PubMed, Cochrane e BVS. As diretrizes foram selecionadas a partir dos critérios de inclusão e exclusão previamente definidos. Foram encontradas 20 diretrizes, sendo selecionadas as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), Brasil, Índia, Paraguai e Colômbia. Estas foram avaliadas por meio do instrumento de avaliação AGREE II que aborda a variabilidade na qualidade e na transparência de diretrizes por meio de pontuações para seis domínios (escopo e finalidade, envolvimento das partes interessadas, rigor do desenvolvimento, clareza da apresentação, aplicabilidade e independência editorial). A avaliação geral mostrou que a diretriz da OMS obteve a maior média percentual (93%) e desvio padrão (DP) igual a 0,14. A diretriz do Paraguai obteve a menor média (47%). As diretrizes apresentaram discrepâncias principalmente em relação ao rigor do desenvolvimento e a independência editorial, sendo estes achados também descritos na literatura. Estes domínios interferem diretamente na qualidade das diretrizes e protocolos. Logo, sugere-se melhorias em relação ao rigor metodológico na elaboração de diretrizes e na gestão de conflitos de interesses e possíveis vieses.