Contribuições da terapia ocupacional e da tecnologia assistiva no tiro com arco paralímpico : estudo de caso

Abstract

Introdução: Para a prática do tiro com arco paralímpico, a tecnologia assistiva (TA) se faz indispensável e, portanto, a contribuição do terapeuta ocupacional no processo de avaliação, prescrição, adaptação e treino para o uso da TA pelo paratleta pode contribuir para seu sucesso. Objetivo: Este estudo, teve por objetivo apresentar as contribuições da intervenção do terapeuta ocupacional na área da TA no tiro com arco profissional. Método: Estudo de caso, com abordagem quantitativa e qualitativa. A amostra foi composta por 02 paratletas profissionais do tiro com arco que responderam ao questionário do paratleta; questionário sociodemográfico da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP); avaliação de tecnologia assistiva - predisposição ao uso ATD PA-Br. Os pesquisadores também utilizaram o registro em caderno de campo para a coleta dos dados qualitativos. Para a análise dos dados quantitativos, foi realizada a análise descritiva absoluta dos escores, categorizadas de acordo com as variáveis do instrumento. Para a análise qualitativa teve-se como norteador os fatores descritos pelo e pelo modelo teórico Matching Person and Technology (MPT) que determinam o uso bem-sucedido da TA a saber: fatores ambientais, do cliente e do dispositivo. Resultados: Foram confeccionadas duas TA para os atletas: um limitador lateral de tronco para a cadeira de rodas para P1 e um assento para a cadeira de rodas de P2. P1 pontuou na seção B (nível de satisfação com áreas da vida pessoal) do formulário do cliente inicial 52 e follow up 59, na seção C (identificação de barreiras e facilitadores ao uso da TA) inicial 13 positivos e 1 negativo, follow up 18 positivos e 2 negativos. P2 pontuou na seção B do formulário do cliente inicial 47 e follow up 54 na seção C inicial 6 positivos e 3 negativos, follow up 13 positivos e 5 negativos. Já no questionário sobre a avaliação do dispositivo, P1 pontuou inicial 59 pontos e follow up 57 pontos, P2 pontuou inicial 39 pontos e follow up 42 pontos. As pontuações da ABEP de P1 e P2 foram 21(C2) e 32(B2) respectivamente. Discussão: Foi possível verificar que a atuação do terapeuta ocupacional no campo da TA é bastante importante e provocou melhora na satisfação do atleta pela TA em relação à sua expectativa inicial, além de possivelmente ter contribuído com o aumento de facilitadores ao uso da TA, embora não tenha obtido sucesso em mitigar as barreiras detectadas durante o estudo. Conclusão: Este estudo apresentou contribuição do terapeuta ocupacional na área da TA no tiro com arco profissional, no âmbito da intervenção direcionada ao esporte e centrada no cliente, valendo-se da TA como instrumento. Trouxe como contribuição o panorama do esporte como ocupação e uma prática centrada no cliente. A principal limitação do estudo, foi a quantidade reduzida de atletas abordados e assim, recomenda-se em estudos futuros que a amostra seja aumentada e que o acompanhamento ao atleta seja mais prolongado.