Resumo: | Com base na teoria do alto escalão, em que se entende que as características individuais da alta administração possuem influência sobre as decisões e os resultados de uma organização, objetivou-se, nesta pesquisa, observar a modificação da diversidade de gênero, etária e educacional na alta administração das empresas de capital aberto listadas na Brasil, Bolsa, Balcão (B3). Para a análise, foram utilizados os Formulários de Referência (FRE) disponíveis no site da B3 no período de 2012 a 2021, tendo sido obtida uma amostra de 555 sociedades anônimas abertas, representando, ao longo do período, 3.831 observações de empresas e 58.679
observações de indivíduos analisados. Com base nesses documentos para a amostra selecionada, foram considerados como alta administração os membros da diretoria, do conselho de administração e do conselho fiscal. Os resultados obtidos demonstraram uma baixa modificação nas diversidades analisadas, com incrementos absolutos na participação feminina dentro do alto escalão e redução absoluta do gênero masculino, que permaneceu com predominância no período observado. Também foi observado menor dispersão etária, ocorrendo maior concentração de indivíduos nas faixas de 40-49 e 50-59 anos e baixa
participação de indivíduos com menos de 40 anos. Além disso, com relação à diversidade educacional, houve incrementos na quantidade de indivíduos com pós-graduação no período, com permanência da prioridade de formações sendo engenharia, administração e economia. Por fim, foi traçado o perfil do alto escalão como sendo homem, de 40 a 69 anos, pós-graduado, formado em engenharia, administração ou economia. Para o grupo feminino, 30 a 59 anos, pósgraduada, formada em direito, administração ou economia. Os resultados contribuem com a literatura ao demonstrar a modificação da diversidade no alto escalão das companhias, a fim de possibilitar melhor conhecimento sobre a composição do grupo do alto escalão, servindo de subsídio para compreensão do nível de adequação das entidades às demandas por equidade e representatividade nos cargos executivos nas empresas negociadas no Brasil. |