Smart working no período pós-pandêmico: o que pensam os trabalhadores?

Abstract

O smart working pode ser entendido como o conjunto de arranjos de trabalhos flexíveis sobre onde, como e quando se trabalha. Acredita-se que a adoção do smart working pela implementação de arranjos flexíveis e foco no resultado proporciona mais liberdade, autonomia e qualidade de vida para os trabalhadores e que cada vez mais as organizações tenderão à implementar o formato híbrido de trabalho, tendo em vista que estudos apontam que essa estrutura pode trazer mais benefícios para os funcionários. Os objetivos deste estudo foram identificar os tipos de arranjos flexíveis de trabalho que continuam sendo adotados pelas organizações após o período da pandemia, descrever as percepções de profissionais sobre suas experiências com os arranjos flexíveis de trabalho adotados por suas organizações e descrever os níveis de autonomia percebidos pelos profissionais no seu trabalho. Foi aplicado um questionário on-line, composto por questões abertas e fechadas, para funcionários de diferentes tipos de organização, alcançados por acessibilidade. No total, foram obtidos 40 questionários válidos. Utilizaram-se técnicas de análise de conteúdo e análises estatísticas descritivas com o auxílio do Excel para analisar os dados.Os resultados descritivosnsugerem que a percepção de autonomia tende a ser maior entre os trabalhadores no formato híbrido e quando se tem liberdade de escolha de quando ir presencialmente e quando permanecer trabalhando de forma remota. Qualidade de vida no trabalho e produtividade são experiências apontadas entre aqueles que estão sob arranjos flexíveis. Por outro lado, são salientadas preocupações especialmente com a integração dos profissionais nas organizações. O presente estudo buscou estimular a discussão sobre o smart working no período pós pandemia e as perspectivas futuras dessa modalidade de organização do trabalho nas organizações, trazendo dados socioprofissiográficos quantitativos para caracterização da amostra participante e relatos qualitativos sobre as experiências dos trabalhadores nos arranjos flexíveis em que estão inseridos.