Avaliação da viabilidade de sêmen bovino descongelado à 37ºC e 4ºC para o uso em biotécnicas reprodutivas

Abstract

O sêmen criopreservado é um fator importante para o melhoramento genético bovino no mundo, visto que, aliado à outras biotécnicas da reprodução, como a inseminação artificial (IA), pode ser acessado de forma simples por diversos produtores. No entanto, apesar desta facilidade, o sêmen criopreservado quando utilizado de forma inadequada, como no caso de erros no descongelamento e manutenção da amostra antes de seu uso, gera perda na eficiência da técnica (IA). O presente trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade do sêmen após seu descongelamento, mantido em duas temperaturas (37°C e 4°C) e períodos (0h, 2h, 4h, 6h e 8h). Foram feitas avaliações de cinética pelo CASA e de viabilidade espermática por citometria de fluxo. Os resultados mostraram que o sêmen descongelado à 37°C é superior ao descongelado à 4°C, nos dois primeiros períodos de avaliação (0h e 2h) quando analisados os dados de motilidade total e motilidade progressiva. Para os demais horários (4h, 6h e 8h), os dois tratamentos se mantiveram semelhantes estatisticamente para estas variáveis. Os dados relativos à viabilidade espermática mostram um decaimento da qualidade das amostras do grupo 37ºC a partir do segundo momento de avaliação (2h), entretanto para o grupo 4ºC os resultados se mantêm sem diferença estatística ao longo tempo, sendo o 4ºC superior ao 37ºC na maioria dos horários. Com os resultados obtidos pode-se afirmar que o grupo 37ºC foi superior ao 4ºC por até 2h mantido nesta temperatura para as variáveis analisadas pelo CASA. Porém quando são analisados os dados de viabilidade espermática (citometria de fluxo), o grupo 4ºC se mostra mais eficiente em preservar as características do espermatozoide em relação ao 37ºC.