Narrativas sobre a morte e o luto em um contexto de pandemia na periferia do Distrito Federal e entorno

Abstract

Introdução: Esta pesquisa buscou compreender a relação da periferia com a morte em um contexto de crise sanitária, política e social acirrado pela pandemia de Covid-19 no Brasil e sua consequente expansão das taxas de adoecimento, morte e lutos, muitas vezes interrompidos, baseada nas vivências de moradores das regiões com as menores rendas per capita do DF e Entorno. A expansão da pandemia dentro das periferias do país explicitou as desigualdades sociais e a precarização das condições de vida, o que configura também uma mudança na percepção de vida e morte dos indivíduos que sobrevivem nessas localidades. Metodologia: Pesquisa qualitativa e de análise de discurso, realizada por meio de questionário na plataforma Forms Google com moradores das regiões com menor renda per capita do DF e Entorno. O procedimento para coleta de dados se deu por meio da aplicação de questionário semiestruturado com questões relacionadas a aspectos socioeconômicos, epidemiológicos, de assistência à saúde além de abordar as percepções, sensações e vivências do processo de luto. Resultados: A pesquisa foi realizada com 11 participantes moradores das periferias do DF e Entorno que estavam em processo de luto durante a pandemia. Discussão: As narrativas, vivências e subjetividades das pessoas ouvidas pela pesquisa caracterizam um ambiente de vulnerabilidade social que foi acirrada durante a pandemia, em especial, nos focamos na faceta atrelada aos processos de exposição à morte. A Saúde Coletiva, nessa perspectiva, atua como campo científico que busca compreender o processo saúde-doença nas coletividades e seus determinantes sociais em saúde, afim de implementar ações e formular políticas públicas que melhorem as condições de vida das populações de baixa renda.