Caracterização litológica e química mineral das micas do Alvo Buriti, depósito Cu-Au de Chapada, Alto Horizonte (GO)

Abstract

O alvo Buriti é um corpo mineralizado cupro-aurífero de formato tabular e achatado, com orientação preferencial ENE-WSW, e está localizado a sudeste da mina de Chapada, porção norte do estado de Goiás. Está inserido no contexto geológico da Sequência Metavulcanossedimentar Mara Rosa, pertencente ao Arco Magmático de Mara Rosa. Não há outro trabalho referente ao alvo, portanto, o presente trabalho teve como objetivo a caracterização das unidades litológicas do alvo Buriti, como as hospedeiras da mineralização e encaixantes, e por meio da química mineral , classificar as micas potássicas (biotita e muscovita) e clorita, a fim de melhor compreender a gênese e eventos posteriores que se desenvolverem no depósito, e as diferentes texturas desses minerais citados, até por estarem associados com os minerais de minério (e.g. calcopirita, pirita). As rochas hospedeiras são rochas metavulcânicas classificadas como muscovita-biotita-quartzo xisto, epidoto-muscovita-quartzo xisto e muscovita-quartzo biotita xisto, e todas elas, assim como o próprio alvo Buriti, são bastante deformadas e obtiveram texturas miloníticas. A mineralização ocorre no estilo disseminada, e o principais minerais são pirita e calcopirita. Os dados de microssonda eletrônica permitiram a interpretação de que as hospedeiras da mineralização do alvo Buriti, tendendo à uma composição mais sericítica, referente à uma porção mais distal do pórfiro, não são correlacionadas com o depósito de Chapada, apesar de terem sido gerados a partir de um mesmo sistema. Os dados de química mineral e petrografia também permitem correlacionar a cloritização a um evento pós deformacional, posterior ao evento Dn +2, responsável por uma nova remobilização dos sulfetos. Dessa forma, o alvo Buriti apresenta atributos de um sistema magmático-hidrotermal similar ao do tipo Cu-Au pórfiro, que posteriormente teve a sua mineralização remobilizada, assim como foi estruturado e configurado para a forma atual que se conhece no presente, devido àdeformação regional, durante a fase Dn+1 imposta pela zona de cisalhamento chamada de Falha Rio dos Bois.