Uso de terapias complementares para o tratamento de tendinite do tendão flexor digital superficial (TFDS) em equinos : revisão de literatura e relato de caso

Abstract

Considerando a crescente utilização e valorização dos cavalos em atividades de lazer e esportes, aumentaram a quantidade de lesões associadas ao aparelho locomotor, que estão principalmente relacionadas com o esforço excessivo e à sobrecarga de trabalho. Entre essas lesões, as tendinites relacionadas ao tendão do músculo flexor digital superficial (TFDS), estão entre as mais frequentes. Assim, este trabalho teve por objetivo revisar, relatar e discutir possibilidades multiterapêuticas, envolvendo a atuação conjunta de fármacos, fisioterapia e terapias complementares para o tratamento da tendinite do TFDS em equinos, como forma de reduzir o tempo de tratamento, bem como promover a recuperação total das propriedades biomecânica originais do tendão, reduzindo a fragilidade das estruturas após a cicatrização e os riscos de recidivas. Foi relatado o caso de um equino da raça Mangalarga Marchador, do sexo masculino, garanhão, com 4 anos de idade, que durante a avaliação clínica em repouso, apresentava aumento de volume no terço médio palmar ao terceiro osso metacarpiano, com sensibilidade dolorosa à palpação em ambos membros torácicos, cuja avaliação ultrassográfica da região revelou achados característicos de tendinite do TFDS. A abordagem medicamentosa do animal consistiu no uso de dexametasona, firocoxibe e suplemento nutricional contendo biotina, DL metionina, zinco, manganês e selênio para estimulação da produção de queratina e melhora da qualidade dos cascos. Como terapia complementar, foram realizadas sessões de crioterapia, que se seguiam de massagens com solução à base de acetato de prednisolona, cloridrato de lidocaína e dimetilsulfóxido e da utilização de ligas de descanso. Além disso, foi realizado o ferrageamento terapêutico utilizando ferraduras com alargamento na região da pinça em ambos os membros torácicos e a utilização da terapia por ondas de choque extracorpóreas (TOCE). O animal também foi conduzido a um programa de fisioterapia e reabilitação baseado em exercícios controlados e reeducação proprioceptiva, por meio de pista de propriocepção, em associação à hidroterapia. Com 90 dias de tratamento, o animal apresentou completa recuperação das alterações clínicas e ultrassonográficas.