Lesões de pele em pacientes críticos internados em uma unidade de terapia intensiva

Abstract

Objetivo: Este trabalho teve como objetivo estudar a ocorrência de lesões de pele em pacientes adultos internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de ensino. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa em um Centro de Terapia Intensiva de um hospital de ensino do Distrito Federal. A população da amostra foi composta por pacientes admitidos tanto na UTIC, quanto na UCO, no período de agosto à dezembro de 2018 e que aceitassem participar do estudo. A coleta de dados foi realizada por um período de quatro meses, utilizando-se um instrumento elaborado pelos pesquisadores. Além disso, foi realizada avaliação diária da pele do paciente, bem como de dados complementares obtidos através do prontuário. Os dados coletados foram digitados no Microsoft Excel for Windows e, posteriormente, transferidos para o SPSS versão 22.0. Além disso, foram utilizados correlações bivariadas (Pearson) e teste t-Student. Resultados: A amostra final foi composta por 39 pacientes tanto da UTIC, quanto da UCO. A maioria dos pacientes foi do sexo masculino (61,5%), com média de idade de 55 anos e média de dias de internação de 16,4. Dos 39 pacientes acompanhados, apenas 9 (23%) não apresentaram lesões de pele durante o período de internação. Além disso, foi possível observar correlações significativas com o tempo de permanência do paciente na unidade e o surgimento de lesões de pele, sejam elas LPs, DAI ou LI, r= 0,83, p < 0,0001, r= 0,58, p < 0,0001 e r=0,76, p < 0,0001, respectivamente. Ademais, o uso de via aérea avançada e drogas vasoativas foram estatisticamente significativos para o surgimento de LPs; apresentando t(37) = -3,299, p = 0, 002, d = -5,147 e t(37) = -3,089, p = 0,005, d = -4,742, respectivamente. No que se refere às LIs, as lesões causadas por fricção foram as de maior percentual, atingindo 37,1% das lesões dessa classe. Conclusão: O surgimento de lesões de pele que acometem pacientes críticos hospitalizados é, de fato, considerado evento adverso que recebe influência direta da atuação da equipe de enfermagem. Entretanto, sabe-se que, por se tratar de uma clientela com disfunções orgânicas graves e que ameaçam a continuidade da vida, os cuidados com a pele são postergados, mas tão logo devem ser reinstituídos a fim de evitar internações prolongadas, risco de infecção, dor e desconforto ao paciente, além dos gastos hospitalares.