O efeito chicote na gestão da cadeia de suprimentos de fornecedores de varejistas : um estudo de caso em fornecedores do setor farmacêutico

Abstract

O efeito chicote é um fenômeno presente em todas as cadeias produtivas. A percepção de distorção na demanda tem causado impactos significativos nos níveis de estoque das empresas, com algumas apresentando níveis muito elevados e outras níveis muito baixos, podendo comprometer a cadeia de suprimentos, com atrasos na entrega de produtos e erros de entrega. O objetivo foi analisar a capacidade de fornecedores de empresas varejistas do setor farmacêutico de lidar com o efeito chicote. Para atingir esse objetivo, foi realizada uma pesquisa aplicada, descritiva e qualitativa, cujo procedimento técnico foi o estudo de caso com dois colaboradores de laboratórios farmacêuticos e um de distribuidor. Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas a partir de um roteiro semiestruturado. De acordo com os resultados obtidos, os laboratórios farmacêuticos não podem errar na quantidade de matéria-prima no planejamento anual realizado com a Anvisa, sob risco de suspender a produção de medicamentos devido à falta dos insumos necessários. A venda de um remédio tende a se multiplicar em um curto intervalo de tempo devido a um estudo que comprova a eficácia de um medicamento existente para curar uma doença para o qual ele não era prescrito. Além disso, é unânime a percepção de que a redução de lead time é essencial para aumentar a eficiência da operação logística. A perda de fatia de mercado é umas das principais consequências observadas devido à necessidade de suprir uma lacuna deixada na demanda, em que um laboratório concorrente possui a chance de conquistar clientes fiéis. A contratação de veículos extras para a distribuição sinaliza falhas de planejamento e aumenta o custo do transporte. Essa pesquisa se torna relevante ao expor o comportamento do efeito chicote em empresas com operações em território brasileiro, considerando que este é um fator relevante quando se discute temas logísticos. Entre as limitações presentes na pesquisa estão a ausência de entrevista com uma farmácia e o baixo número de entrevistados.