Análise dos stakeholders na aprovação da lei de cotas na Universidade de Brasília

Abstract

A Universidade de Brasília (UnB) foi a primeira universidade federal a adotar cotas baseado em questões raciais em seus vestibulares para acesso à UnB (GUARNIERI, 2008). A aprovação ocorreu no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) aprovou, no dia 6 de junho de 2003, o Plano de Metas para Integração Social, Étnica e Racial que reservava 20% das vagas do processo seletivo à candidatos negros. (VELOSO, 2018). A aprovação do sistema de cotas racial atravessou diversas discussões até que fosse realmente debatida e aprovada. Desta forma, o objetivo geral desta pesquisa foi analisar como os stakeholders atuaram na aprovação da política de lei de cotas da Universidade de Brasília. Além de analisar a atuação dos stakeholders enquanto empreendedores institucionais. Para isso, foram utilizadas metodologias de análise dos autores: Savage et al. (1991), Mitchell, Agle e Wood (1997), Gomes, Liddle e Gomes (2010), Christopoulos e Ingold (2011), Li, Feng e Jiang (2006) que permitiram identificar, classificar e analisar a atuação de stakeholders e empreendedores institucionais. A pesquisa qualitativa se concentrou em pesquisa documental referente ao tema como reportagens de jornais disponíveis na internet, documentos oficiais das reuniões realizadas na UnB e duas teses de doutorado. Os resultados identificaram que em relação ao grau de influência, caracterizou-se 2 stakeholders dominantes, 4 dependentes, 2 definitivos, 3 discretos. Além disso, pode-se destacar a atuação da Vice-reitoria, Decanato de Extensão e 2 docentes que assumem postura de Policy brokers buscando mediar e equalizar uma solução entre os stakeholders. Os resultados da pesquisa possibilitaram entender a dinâmica em que a proposta estava inserida na Universidade de Brasília e quais foram os stakeholders com maior poder de influência e suas estratégias.