Qualidade físico-química do taro [Colocasia esculenta (l.) Schott] sob cultivo orgânico

Abstract

O taro, Colocasia esculenta, é uma hortaliça tuberosa não convencional, na qual seus rizomas são consumidos. O trabalho teve como objetivo principal avaliar a produtividade e qualidade físico-química dos rizomas de taro cultivado sob diferentes tipos e doses de fertilização orgânica. O experimento ocorreu no período de 2019 a 2020, em que foram realizadas avaliações, em campo e laboratório, e a análise estatística de dados. Os rizomas de taro foram produzidos na Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília (FAL-UnB). O experimento foi executado em um talhão de 522 m² (27,5 m x 19,0m), sendo a área dívida em 33 parcelas, a adubação de plantio foi realizada com doses de esterco bovino e cama de frango em área previamente cultivada com adubos verdes -milheto e crotalária. Em uma parte da área não foi aplicada adubação (controle). A avaliação físico-química dos rizomas, ocorreu no Laboratório de Análise de Alimentos da Universidade de Brasília, avaliando as seguintes características: umidade, pH, acidez titulável, teor de sólidos solúveis totais, teor de lipídeos, teor de proteínas, teor de cinzas, teor de amido e o teor de carboidratos totais, em função das variadas doses de adubo aplicadas em nas parcelas. O teor de umidade apresentou média de 81,5%. O pH apresentou média de 6,2. A média da acidez titulável foi de 2,44 meq NaOH 100g-1 . O teor médio de sólidos solúveis totais foi de 6,5º Brix. O teor médio de lipídeos encontrado foi de 0,18%. O teor de proteínas foi de 2,7 %. O teor médio de cinzas foi 1,17%. O teor médio de amido foi 4,1%. Por fim, o teor médio de carboidratos foi de 10%. As diferentes doses de fertilização não influenciaram de forma significativa na composição fisioquímica dos rizomas de taro. Porém, foi observado maior teor de amido sob fertilização com esterco animal. Considerando a rusticidade do taro e a ausência de diferença nos valores médios para produtividade entre o controle e os tratamentos sob fertilização com esterco animal, conclui-se que o cultivo da referida hortaliça tradicional com o pré-plantio de adubos verdes, em solos com histórico de manejo orgânico, é tecnicamente viável.