Resumo: | Introdução: O coxim adiposo bucal é um tecido adiposo localizado na bochecha relacionado a aspectos clínicos, funcionais e estéticos. O contorno da face tem essa estrutura como um dos elementos que o definem e sua proeminência pode conferir uma face mais arredondada. Segundo Epstein (1980), a remoção do coxim adiposo com finalidade estética, a denominada bichectomia, pode ser considerada segura desde que haja uma análise detalhada dos marcos anatômicos de referência. Objetivo: estimar a prevalência de complicações trans e pós-operatórias decorrentes da bichectomia por meio de uma revisão sistemática. Metodologia: Revisão
sistemática com protocolo registrado no PROSPERO, (n.CRD42022334261). As buscas foram realizadas nas bases de dados, incluindo literatura cinzenta, pesquisas da lista de referências de estudos incluídos e sugestões dos experts, indicados pelo coordenador da equipe. Sem restrições de idioma e período de busca. Foram incluídos estudos observacionais e/ou de intervenção em humanos, apresentando pelo menos um caso de bichectomia com descrição da cirurgia, evolução pós-operatória e complicações. Foram coletados dados relacionados às complicações ocorridas e descrição do procedimento cirúrgico. A avaliação da qualidade metodológica foi realizada pelo Checklist JBI. A heterogeneidade dos estudos foi avaliada pelo teste I2.
Resultados: Foram identificados 1952 estudos a partir da estratégia de busca utilizadas, após remoção das duplicatas, ficaram 665 artigos, foram incluídos 12 estudos, dos quais foram coletados os dados. Com base na extração dos dados, dos 308 pacientes submetidos a bichectomia, 81 apresentaram algum tipo de complicação, prevalência geral de 25% (IC95% = 0,04; 0,46). As complicações encontradas na coleta de dados foram: edema (38,40%), trismo (30,09%), dor (19,41%), assimetria (11,65%), paralisia do nervo facial
(0,97%), infecção (0,48%), hematoma (0,48%), enfisema unilateral (0,48%). Todas as complicações ocorreram no pós operatório, não houve relatos de complicações trans operatórias. Houve uma alta heterogeneidade entre os estudos (>90%). Conclusões: Um em cada 4 pacientes submetidos à bichectomia apresenta algum tipo de complicação pós-operatória. São necessários mais estudos que acompanhem de forma criteriosa os desfechos clínicos durante e pós-operatório dos pacientes para confirmar a prevalência das complicações decorrentes da bichectomia. |