Grupo dos mais vividos : a importância do serviço de convivência para a pessoa idosa a partir da perspectiva dos idosos

Abstract

Esta pesquisa tem como objetivo compreender a importância do serviço de convivência para a pessoa idosa a partir da perspectiva de idosos que participam do Grupo dos Mais Vividos (GMV) no Sesc Ceilândia. O envelhecimento populacional evidenciado a partir do século XX se tornou um desafio para os países, nesse sentido, desde a 1ª Assembleia Internacional Sobre o Envelhecimento que ocorreu em 1982 a ONU tem incentivado os países a implementar estratégias para lidar com o fenômeno. O envelhecimento não é compreendido como um processo homogêneo e biológico apenas, mas sim como um processo heterogêneo, multidimensional, biopsicossocial que é atravessado pelas condições de vida impostas pelo sistema capitalista e que refletem na forma como a classe trabalhadora envelhece. A velhice é, nessa perspectiva, um acúmulo das desigualdades vivenciadas ao longo do seu processo de envelhecimento. Assim, diante de uma classe trabalhadora mais envelhecida, o Estado e as instituições privadas, como o Sesc, desenvolvem ações direcionadas ao segmento idoso. Um deles é o serviço de convivência que se desdobra no Grupo dos Mais Vividos pelo Sesc. A pesquisa qualitativa empreendida com nove integrantes do GMV através de um grupo focal foi um espaço privilegiado para compreender as diversas expressões da questão social que se debruçam na vida dos participantes, sem pretensão de generalizar a outros idosos ou homogeneizar suas experiências de vida, mas apreendê-las como mediações que se conectam e integram a totalidade. Observou-se que a interação social com outros idosos, a ocupação do tempo livre, a possibilidade de se manterem ativos, realizarem sonhos e descobrirem novos, bem como a facilitação de serviços, ofertados através de parcerias com outras instituições, foram os principais pontos que justificam a importância do serviço de convivência para a pessoa idosa segundo os participantes do Sesc Ceilândia.