A imposição social da maternidade na vida das mulheres

Abstract

O presente trabalho visa compreender a imposição social da maternidade às mulheres, como um fenômeno histórico e social no contexto brasileiro. Nesse sentido, serão feitos breves apontamentos acerca dessas mudanças sociais, culturais, econômicas e políticas que repercutiram na construção social das mulheres e da maternidade. Trata-se de apontar como a maternidade se apresenta como mecanismo de dominação que opera sobre o controle do corpo feminino, na regulação da sexualidade e na vida reprodutiva das mulheres, apoiado pela ordem da heterossexualidade compulsória. Compreende-se que a opção pela não maternidade assume uma forma de combater a obrigatoriedade da maternidade, fundamentada pelo exercício da liberdade das mulheres. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de caráter analitico e explicativo como uma forma de desvendar a injunção social1 da maternidade. Por fim, o estudo mostra que a maternidade não é hegemônica e universal a todas as mulheres, uma vez que atravessa determinantes sociais (por exemplo: raça, classe, idade, entre outros) que afetam de forma diferenciada as condições que possibilitam a escolha da maternidade, isto é, o direito de escolha das mulheres serem ou não mães. Em face disso, o Serviço Social enquanto uma profissão interventiva que preconiza o senso crítico engajado com as lutas das mulheres consegue desvendar as raízes da imposição social da maternidade, possibilitando um olhar na defesa da maternidade livre para as mais vulneráveis.