Resumo: | A busca por felicidade é algo socialmente comum e norteador da vida. Segundo Freud, o que decide o propósito da vida é o programa do princípio do prazer. No entanto, definir felicidade é algo difícil. Diferentes respostas podem ser obtidas de acordo com o tempo, cultura e expectativas pessoais. Hoje, a felicidade é determinante das ações, comportamentos e cultura. E se há uma busca por ser feliz, há quem ensine ser feliz, há a receita pra ser feliz, há um imenso mercado para isso. Antes, o marketing vendia o produto, hoje vende valores, vende estilo de vida. É vendido o que você precisa para ser feliz. E neste ritmo frenético por sucesso, dentro de um mercado positivista, que resultados negativos não são compartilhados, o sofrimento é individual e isolado. Com a ausência de sucesso, vem a sensação de fracasso, a ansiedade, a depressão, a exaustão. É neste ritmo acelerado e modelo de vida que o Brasil conquistou o primeiro lugar em prevalência de ansiedade (9,3%) no mundo e maior prevalência de depressão (5,8%) na América Latina, segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2017). O Brasil é o segundo país com maior prevalência de depressão nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos (5,9%). Relacionado a estes transtornos, está o suicídio que, em 2015, foi a
segunda maior causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos, no mundo (WHO, 2017). Assim, é importante criar trabalhos e exposições sobre o tema, gerando um espaço de reflexão e de troca de conhecimento, permitindo, inclusive, conexões intrapessoais (observador e obra) e interpessoais, com troca de conversas, ideias, relembrando o ser social que somos. Para isso, foram feitos trabalhos de pintura, colagem e instalação, utilizando, em alguns casos, material da área de saúde, incluindo medicamentos para transtornos mentais. A exposição “Felicidade não se compra, se vende” foi realizada por duas vezes, com abrangência diferente, e cumpriu o papel de trazer à comunidade, uma outra forma de expressão e comunicação na transmissão de
conhecimentos, colaborando para a prevenção, atenção e assistência em saúde, trocas de experiências e reflexões sobre o “eu”. Novos trabalhos foram feitos em 2021, e uma outra série foi apresentada na exposição coletiva virtual “Profusa Construções”. Por fim, para fechamento desta pesquisa, reunimos aqui os trabalhos mais representativos dentro do período de 2019 a 2022, formando uma coleção de trabalhos que se relacionam e abordam profundamente o tema. Esta coleção também está virtualmente exposta na Galeria Espaço Piloto. |